Há acordo entre os credores, mas não há acordo entre os credores e a Grécia. A esta hora decorre mais uma reunião do Eurogrupo e à entrada Jeroem Dijsselbloem afirmou que as propostas da troika não contam com o acordo grego.
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O presidente do Eurogrupo espera que na reunião o ministro grego Yanis Varoufakis diga quais os pontos da proposta da troika com os quais concorda e quais rejeita.
Esta é a terceira reunião do Eurogrupo em apenas uma semana e acontece antes da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia. Vários ministros das Finanças da zona euro mostraram-se pouco otimistas quanto à hipótese de um acordo com a Grécia no Eurogrupo de hoje.
O comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, disse hoje esperar que os credores cheguem a um "acordo completo" com a Grécia, sublinhando que o tempo urge para Atenas "Apresentámos um projeto de acordo da parte das instituições e espero que possamos chegar a um acordo completo", disse Moscovici à entrada da reunião do Eurogrupo.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, foi ainda mais "duro" nas declarações aos jornalistas à entrada para o Eurogrupo, em Bruxelas, e disse que, depois de alguns avanços feitos, as autoridades gregas "fizeram marcha atrás" nas propostas apresentadas, pelo que os credores e Atenas estão "ainda mais longe".
O responsável pelo Tesouro da Áustria, Hans Jorg Schelling, qualificou mesmo de "irresponsável" a atitude do Governo grego nas negociações com os credores, acusando-o de ter feito "novas exigências".
O ministro das Finanças da Eslováquia, Peter Kazimir, publicou na rede social Twitter uma mensagem também com pouca esperança: "Honestamente, não sei quais são as hipóteses de haver um acordo hoje".
Por seu lado, o ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, afirmou que "persistem as divergências" entre os credores internacionais e Atenas, mas ainda assim afirmou estar "otimista", apesar da "situação complexa" que se vive e de estar a acabar o mês de junho e com ele o tempo para Atenas chegar a um acordo e receber dinheiro de modo a não entrar em incumprimento.
A Grécia tem até 30 de junho - próxima terça-feira - para pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional.