Crescente protecionismo de Trump? CIP diz que "não há artes mágicas" e deixa apelo ao Governo português
No Fórum TSF, Armindo Monteiro pede ao Executivo para que "não tenhamos mais forças de bloqueio"
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Com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, as empresas portuguesas têm mais um obstáculo pelo caminho: o aumento das taxas norte-americanas sobre as importações de produtos estrangeiros. Perante este cenário, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, lança a bola para o Governo e apela para que "não tenhamos mais forças de bloqueio".
"Só estou a pedir que tenhamos legislação que nos permita funcionar enquanto economia", disse Armindo Monteiro esta quarta-feira no Fórum TSF, quando questionado sobre o crescente protecionismo das políticas republicanas, acrescentando que as empresas não se podem transformar "sem ter o mínimo de condições".
"Toda esta consciência tem que acontecer em Portugal" até porque "não há artes mágicas". Para Armindo Monteiro, o país precisa de "trabalhar em conjunto" com vista um cenário económico "mais próspero".
O republicano Donald Trump propõe novas taxas entre 10 a 20% sobre a maioria dos produtos estrangeiros e tarifas ainda maiores (60%) sobre os chineses, incentivando, assim, a produção nacional.
Ainda no Fórum TSF desta quarta-feira, vários especialistas refletiram sobre a vitória de Donald Trump e as implicações que terá na guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros António Martins da Cruz reiterou que "Trump não vai acabar com a guerra em 24 horas", embora possa prosseguir "com uma rápida ronda de negociações". Também o coordenador do Observatório de Segurança e Defesa da Sedes João Vieira Borges considerou que não será "uma situação fácil" e muito menos que se resolverá "por telefone".
Já a Europa "tem aqui uma oportunidade para mostrar finalmente que tem capacidade de se unir nos momentos mais decisivos e de construir uma unidade política mais forte", afirmou o especialista em assuntos europeus Paulo Sande.
O candidato republicano às presidenciais nos Estados Unidos, Donald Trump, terá uma segunda oportunidade na liderança da Casa Branca, ao ser eleito para um novo mandato numas eleições que deram também ao seu partido a recuperação do Senado.
