As informações constam num estudo da Europol apresentado esta manhã em Lisboa, que contou com a presença dos ministros da Justiça e da Administração Interna.
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O crime organizado na União Europeia (UE) está a ficar mais violento e a corrupção é uma característica comum em quase todas as operações das redes de criminosos.
As informações constam num estudo da Europol apresentado esta manhã em Lisboa, que contou com a presença dos ministros da Justiça e da Administração Interna.
Mais de 80% das redes criminosas que operam na UE estão envolvidas em tráfico de droga, fraude fiscal, crime contra a propriedade, tráfico de seres humanos e contrabando de migrantes. Os criminosos recorrem a métodos cada vez mais violentos e servem-se de práticas de corrupção, que existem a todos os níveis da sociedade e podem variar desde o pequeno suborno até à corrupção complexa com esquemas de milhões de euros.
Para além da corrupção, a maioria das redes criminosas que atuam na Europa está a usar a violência como prática "recorrente", incluindo uso de armas de fogo e explosivos em locais públicos.
O relatório da Europol indica também que, quanto à lavagem de dinheiro, os criminosos controlam diretamente ou infiltram-se em estruturas jurídicas de negócios para facilitar as atividades ilícitas. A organização policial europeia alerta que todos os tipos de empresas são potencialmente vulneráveis à exploração pelo crime organizado.
As redes criminosas usam cada vez mais das tecnologias para realizar as ações, nomeadamente através de comunicações encriptadas nas redes sociais e nos serviços de mensagens eletrónicas. O objetivo passa por disseminar informação falsa ou fazer ciberataques, que em muitas ocasiões não chegam a ser relatados às autoridades de segurança.
O relatório salienta também o tráfico de seres humanos, em particular o de migrantes, como uma das ameaças sérias à segurança da União Europeia e sublinha que que cada vez há mais vítimas do sexo feminino a serem depois acolhidas nas organizações criminais.
A Europol alerta ainda para o risco de estas práticas criminosas poderem aumentar nos próximos anos, fruto de uma previsível crise económica decorrente da pandemia de covid 19.