O novo primeiro-ministro da Crimeia, Serguéi Axiónov, anunciou hoje que será antecipado para 30 de março, em vez de 25 de maio, o referendo que leva a votação o reforço da autonomia da Crimeia.
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O referendo vai perguntar a cada eleitor se «apoia a autodeterminação da Crimeia no interior da Ucrânia na base dos tratados e convenções internacionais».
O anúncio da antecipação surge no dia em que o novo primeiro-ministro da Crimeia, Serguei Axionov, pediu ao Presidente russo, Vladimir Putin, para ajudar a restaurar «a paz e calma» na república autónoma pró-Moscovo no sul da Ucrânia.
Serguei Axionov fez o apelo num comunicado, numa altura de elevada tensão entre as autoridades locais pró-Moscovo e o novo poder ucraniano em Kiev.
«Atendendo à minha responsabilidade pela vida e segurança dos cidadãos, peço ao Presidente russo Vladimir Putin para ajudar a garantir a paz e a calma no território da Crimeia», disse Sergiy Aksyonov, no comunicado citado pela imprensa local e transmitido pela televisão estatal russa.
Este sábado, o espaço aéreo da Crimeia está fechado. A agência France Presse conta esta manhã que dezenas de homens armados com kalashnikovs e encapuzados estão a patrulhar as zonas junto ao parlamento regional.
A AFP adianta que os uniformes destes homens não têm qualquer símbolo e por isso é impossível determinar quem são.
Já a Ucrânia continua a falar numa provocação e acusou hoje a Rússia de ter enviado 6.000 soladores e 30 veículos blindados para a Crimeia. Os novos governantes ucranianos garantem, no entanto, que não vão responder pela força a estas provocações.
O Presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchinov, pediu na sexta-feira ao chefe de Estado russo para «terminar imediatamente a sua agressão ostensiva e retirar os seus militares da Crimeia», durante uma intervenção transmitida pela televisão.
A Crimeia tem já o estatuto de república autónoma dentro da Ucrânia, depois de ter pertencido à Rússia, no âmbito da União Soviética, e de ter sido anexada à Ucrânia em 1954.