
As organizações não governamentais, o Programa Alimentar Mundial, e observadores garantem que a crise alimentar no Zimbabué está a atingir proporções trágicas. A maioria da população necessita de apoio alimentar de emergência para conseguir sobreviver.
As ONG, o Programa Alimentar Mundial, e observadores são peremptórios em afirmar que o Zimbabué está a ser atingido por uma grave crise alimentar, que abrange cerca de cinco milhões de zimbabueanos, segundo um relatório das Nações Unidas.
O país encontra-se mergulhado num drama humano, e está a braços com um défice de cerca de um milhão de toneladas de cereais, na sua grande maioria, milho, que vai ter de ser atenuado pelas importações.
Um alto quadro do PAM referiu que o trabalho destas organizações é crucial para as populações carenciadas, pois as importações «mais não fazem do que enriquecer uns tantos».
O governo zimbabueano acusou as ONG de «estarem ao serviço de governos estrangeiros que pretendem uma mudança de regime no Zimbabué», e por esse motivo proibiu a sua actividade. Desta forma, as ONG não podem actuar, alimentando os mais carenciados sem fins lucrativos.
As organizações humanitárias no terreno acusaram já o governo zimbabueano de «faltar deliberadamente à verdade», através da ocultação do número de cidadãos que necessitam de auxílio do exterior para se manterem vivos.
Um médico que trabalha nos arredores de Harare, Julius Sibanda, afirma que, quer no mundo rural, quer nas cidades, os sinais de subnutrição são cada vez maiores em camadas populacionais crescentes.
Acrescenta ainda que «são cada vez mais aqueles que comem uma refeição por dia, e mesmo essa é reduzida a pão e água, literalmente, ou a reduzidas quantidades de farinha de milho. A carne, há muito que deixou de fazer parte da dieta de milhões de zimbabueanos, e o peixe não existe no mercado, uma vez que o Zimbabué não tem acesso ao mar, e os produtos importados são proibidos».
Alguns dos factores que podem contribuir para o desastre humanitário que se vive no Zimbabué são, a política de reforma agrária, implementada pelo governo, em 2000, a ausência de sementes, de fertilizantes, de combustível, de equipamentos, e de capital para os novos ocupantes da terra.