Críticos do presidente acusam Mohamed Abdullahi Mohamed de estar a recorrer a meios inconstitucionais para continuar no poder.
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O primeiro-ministro somali acusa o presidente do país de tentar "interromper" o processo eleitoral e ordenou às forças de segurança que seguissem as suas ordens, horas depois de o chefe de Estado ter suspendido os seus poderes.
Os críticos do presidente acusam Mohamed Abdullahi Mohamed de estar a recorrer a meios inconstitucionais para continuar no poder, um ano depois do fim do mandato. Numa conferência de imprensa em Mogadíscio, o primeiro-ministro pediu por isso às forças armadas para responderem diretamente ao governo e prometeu tomar medidas contra quem se opuser a essa ordem.
A declaração surge depois de o Presidente do país ter ordenado a suspensão dos poderes do governo até que a investigação de um alegado caso de corrupção que o envolve esteja concluída. O chefe de estado acusa o primeiro-ministro de ter adquirido terras de forma fraudulenta.
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O chefe do governo considera a decisão do Presidente "uma tentativa falhada de assumir militarmente o gabinete do primeiro-ministro" e "uma violação da Constituição e de outras leis". Considera ainda um ultraje as acusações de corrupção.
A Somália deve ter realizado eleições parlamentares e presidenciais no ano passado, mas o processo, que envolve uma seleção indireta de candidatos por líderes dos vários clãs do país. Um processo que a oposição considera fraudulento. De resto, uma coligação de candidatos, incluindo ex-presidentes, boicotou a votação. Dos 275 parlamentares selecionados por delegados tribais, até agora apenas 50 conseguiram ser eleitos.
O impasse político transformou-se em violência nas ruas de Mogadíscio, em abril passado. As Nações Unidas calculam que, nesta altura, na capital do país pelo menos 100 mil pessoas tenham sido obrigadas a fugir de casa.
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