Entre 2000 e 2015, mais de 50% dos países em desenvolvimento (72 em em 129) cumpriram a Meta do Milénio de reduzir para metade a fome no Mundo. Mas a FAO diz que os números podiam ser ainda melhores.
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O relatório anual da Organização de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) mostra também que o Brasil e Angola estão entre os países que mais contribuíram para a redução da fome.
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Pela primeira vez em 25 anos, o número de pessoas afetadas desceu abaixo dos 800 milhões, mas a crise económica travou um combate que poderia ter sido ainda mais forte, revela ainda o relatório sobre o estado da insegurança alimentar no mundo.
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Na conferência de imprensa de apresentação do documento, José Graziano da Silva, diretor geral da FAO, lembrou que além da fome a crise está na origem de um outro problema: "com a crise as pessoas não podem comprar frutos e vegetais, elas focam-se em consumir produtos energéticos como açucares ou gorduras e estes produtos provocam má nutrição e obesidade". Graziano da Silva considera mesmo que este é um problema quase epidémico.
No relatório da FAO sobre além da crise económica, há outros fatores que são apontados como obstáculos no combate contra a fome. É o caso dos desastres naturais, da instabilidade política ou dos conflitos civis. E Graziano da Silva está particularmente preocupado com as situações como o conflito na Síria, na Líbia e na República Central Africana.
Quanto ao futuro, o diretor geral da FAO diz que há muito imponderáveis e dá o exemplo dos fenómenos naturais: "Há coisas sobre as quais não sabemos nada, as alterações climáticas não sabemos nada. Temos visto cada vez mais frequentemente fenómenos a acontecerem, a repetirem-se e todos estão a afetar de uma forma negativa a segurança alimentar".
Seja como for, José Graziano da Silva quer pertencer à Geração Fome Zero.