A situação de impasse político na Grécia irá dominar a reunião de hoje de ministros das Finanças da zona euro, que voltam a encontrar-se em Bruxelas num clima de tensão.
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Num momento politicamente conturbado na Europa, após as eleições em França e na Grécia, a demissão do governo holandês e uma situação de grande incerteza em Espanha quando à capacidade do país de honrar os seus objetivos orçamentais, a reunião do Eurogrupo (fórum dos 17 países do espaço monetário único) será «fundamentalmente de teor político», indicou um responsável europeu.
A acalmia que aparentemente se tinha instalado no Eurogrupo após o acordo em torno do segundo programa de assistência financeira à Grécia não durou muito, voltando a falar-se insistentemente na hipótese de o país abandonar a zona euro, em virtude do impasse criado pelo desfecho das eleições legislativas de 06 de maio, que ditaram a subida de partidos que se opõem aos memorandos com a "troika" e extremas dificuldades para a formação de um governo de coligação.
Os ministros das Finanças dos 17 deverão por isso enviar hoje uma mensagem muito dura a Atenas, na linha das que já têm sido enviadas por diversos líderes europeus, no sentido de alertar os responsáveis políticos gregos para o risco que o país corre de ver interrompida a ajuda seus parceiros europeus, FMI e credores privados se não honrar os seus compromissos.
A situação em Espanha, Irlanda e Portugal também deverá ser discutido, embora seja de prever que, neste ponto da agenda, os ministros dediquem a maior parte do tempo a Espanha.
A reunião de hoje do Eurogrupo será seguida de uma reunião dos ministros das Finanças da União Europeia ("Ecofin"), na terça-feira, estando Portugal representado em ambas pelo ministro Vítor Gaspar.