A conclusão é de um estudo da Organização Internacional para as Migrações (OIM). A crise económica está a inverter o fluxo migratório entre os países da Europa e da América Latina, que se converteu nos últimos anos no principal destino de jovens europeus.
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Estes emigrantes são jovens entre 25 e 35 anos, solteiros e sem família, com elevado nível de escolaridade e com objetivos profissionais pautados pela possibilidade de seguir carreira em alguma empresa multinacional.
No caso dos portugueses, o principal destino é o Brasil enquanto para os espanhóis destacam-se Argentina, Chile e Uruguai. O estudo da OIM sublinha ainda que os portugueses também têm procurado alternativas em Angola e Moçambique.
De acordo com o estudo, financiado pela União Europeia, entre 2008 e 2009, mais de 107 mil europeus, incluindo os de dupla nacionalidade, deixaram os seus países de origem para viver num país da América Latina.
Entre os países que registaram o maior número de saídas figuram a Espanha (47.701), a Alemanha (20.926), a Holanda (17.168) e a Itália (15.701). Tendo sido o Brasil, a Argentina, a Venezuela e o México, os principais recetores.
Especificamente no caso de portugueses que buscam trabalho no Brasil, o perfil é liderado por engenheiros civis e arquitetos, que buscam oportunidades nas crescentes vagas criadas em função dos preparativos para o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
O Brasil tem recebido ainda um fluxo importante de franceses, italianos e espanhóis.
O relatório observa ainda que, ao contrário do que se imaginava, a crise não incentivou o retorno dos imigrantes latino-americanos que vivem na Europa, mesmo em casos como o de Espanha, onde o governo criou políticas de incentivo ao regresso.