O Twitter foi o meio eleito por vários líderes para manifestar agrado ou descontentamento pela eleição de Boris Johnson.
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Talvez por ter sido mencionado no discurso do vencedor, Jeremy Corbyn foi o primeiro a reagir à eleição de Boris Johnson como novo líder do Partido Conservador e, por inerência, o novo primeiro-ministro britânico.
Boris Johnson venceu com o apoio de menos de 100.000 membros não representativos do Partido Conservador ao prometer corte de impostos aos mais ricos, ao apresentar-se como amigo dos banqueiros e a pressionar um Brexit sem acordo. Mas não ganhou o apoio do país", escreveu o líder do Partido Trabalhista no Twitter.
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O antigo presidente da Câmara de Londres reuniu 92.153 votos, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, só reuniu 46.656 dos votos. Estavam inscritos para votar nesta eleição 159.320 militantes.
No discurso de agradecimento, Johnson disse que tinha como prioridades levar o Brexit a bom porto, "unir o país e derrotar Jeremy Corbyn".
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Theresa May manifestou também o desejo de "não deixar que Jeremy Corbyn chegue ao governo" e prometeu apoiar o novo líder dos Conservadores a partir "dos bancos de trás" do Parlamento.
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Já o opositor Jeremy Hunt destacou "o otimismo, energia e confiança" de Boris Johnson durante a campanha.
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Também no Twitter, Donald Trump felicitou o novo primeiro-ministro do Reino Unido com um desejo muito seu: "vai ser grande".
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Ainda antes de conhecida a escolha do novo líder dos Conservadores, vários membros do Governo anunciaram a demissão invocando incompatibilidade com Boris Johnson.
Esta terça-feira a ministra da Educação Anne Milton apresentou a sua carta de demissão, onde diz temer uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo.
"O Reino Unido faz tantas coisas boas no mundo. É trágico que justamente quando poderíamos ter sido a força intelectual e política dominante em toda a Europa e mais além, tenhamos tido de passar todos os dias a trabalhar sob a nuvem negra do Brexit", lamentou, na carta de demissão publicada na rede social Twitter.
O The Sun noticiou na semana passada que mais de 12 de membros do Governo poderão demitir-se nos próximos dias na sequência da vitória de Boris Johnson, incluido o ministro das Finanças britânico, Philip Hammond e o ministro da Justiça, David Gauke.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohamad Javad Zarif, felicitou Boris Johnson pela sua eleição como primeiro-ministro britânico, mas alertou que o Irão defenderá as suas águas no Golfo Pérsico.
"Felicito o meu antigo homólogo [Boris Johnson] que se torna" primeiro-ministro do Reino Unido, escreveu Mohamad Javad Zarif na sua conta da rede social Twitter.
"Temos 1.500 milhas [mais de 2.400 quilómetros] de costa no Golfo Pérsico. Essas são as nossas águas e vamos protegê-las", salientou o chefe da diplomacia iraniana.
Mohamad Javad Zarif indicou ainda que "o Irão não procura conflitos", mas a decisão do Governo de Theresa May em apreender o petroleiro iraniano Grace One ao largo de Gibraltar "sob ordem [dos Estados Unidos] é uma pirataria pura e simples".
The May govt's seizure of Iranian oil at behest of US is piracy, pure & simple.
- Javad Zarif (@JZarif) July 23, 2019
I congratulate my former counterpart, @BorisJohnson on becoming UK PM.
Iran does not seek confrontation. But we have 1500 miles of Persian Gulf coastline.These are our waters & we will protect them pic.twitter.com/svEqmEHQBM
Por seu lado, o Presidente da França, Emmanuel Macron, felicitou Boris Johnson, mostrando-se "muito desejoso em trabalhar" com o próximo primeiro-ministro do Reino Unido.
"Felicito calorosamente Boris Johnson" e "vou falar-lhe assim que seja designado oficialmente primeiro-ministro", disse Macron, durante uma conferência de imprensa conjunta com a nova presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, no palácio presidencial do Eliseu.
"Estou muito desejoso de poder trabalhar o mais rápido possível com ele, não apenas nas questões europeias, que são as nossas, na continuação das negociações do 'Brexit', mas também nas questões internacionais que compõem as nossas vidas diárias e nas quais somos estreitamente coordenados com os britânicos e os alemães", acrescentou, citando o Irão em particular.
Também a presidente eleita da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desejou manter uma "boa relação de trabalho" com o próximo primeiro-ministro britânico.
"Em primeiro lugar, parabéns a Boris Johnson pela sua nomeação como primeiro-ministro. Espero vir a ter uma boa relação de trabalho com ele", disse Leyen, numa conferência de imprensa, em Paris.
A futura presidente da Comissão Europeia salientou ainda os "futuros desafios" que terá de debater com Londres, referindo-se ao 'Brexit' e também às tensões com o Irão, numa conferência de imprensa conjunta com o Presidente francês, Emmanuel Macron.
"Temos a obrigação de conseguir algo que seja bom para a Europa e o Reino Unido", disse.