“Artrose, dor no joelho, dor na coluna, 50 reais”, diz alto-falante de viatura que circula por bairro de Belo Horizonte. Polícia investiga
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"Olha o carro do atestado batendo na sua porta. Dor no joelho, dor na coluna, artrite, artrose, 50 reais por três dias de atestado”, gritava o alto-falante de um carro que circula pelo bairro Vitória, na cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
Um morador da região, chamado Felipe Oliveira, seguia no automóvel particular atrás do carro de venda de atestados na Avenida Magenta quando, sem acreditar no que ouvia, decidiu gravar a cena e partilhar na internet.
Segundo ele, o carro passeou-se por farmácias, restaurantes, todos os pontos de comércio sem constrangimentos, a vender os documentos a quem quisesse passar uns dias sem trabalhar por menos do equivalente a dez euros.
Uma vez a par, a polícia civil de Minas Gerais informou que já investiga o caso. Disse que apura os factos, que está a tentar identificar os envolvidos e que pretende entender as circunstâncias da ocorrência. Delegados de polícia ouvidos na imprensa sublinham que tanto quem vende, como quem compra os atestados falsos, arrisca punição - além, claro, de perda de emprego.
O Conselho Regional de Medicina alerta, entretanto, que a emissão de atestados falsos configura exercício ilegal da medicina. Diz o órgão que, conforme previsto no Código de Processo Ético-Profissional, as penas disciplinares aplicáveis vão da advertência à suspensão do exercício profissional.
Carros com alto-falantes a vender produtos, sejam alimentares ou de limpeza, são muito comuns no Brasil - apesar da poluição sonora. Entretanto, a vender uma ilegalidade, sem pudor, é novidade.
