Quadros, castiçais, cerâmicas, batinas e um crucifixo de valor incalculável descobertos na casa de um profissional que fazia serviços em igrejas
Corpo do artigo
Em Higienópolis, um dos bairros mais nobres da cidade de São Paulo, havia um apartamento com uma espécie de museu particular de arte sacra. No total, 40 quadros, entre os quais retratos da família real brasileira, três telas, 17 castiçais, 20 imagens em cerâmica e cinco batinas.
O dono do museu era um decorador, conhecido e reconhecido em São Paulo, que prestava serviços profissionais a igrejas locais, nomeadamente à Igreja da Ordem Terceira do Carmo, na região da Sé, no centro da cidade, entre outras.
Entretanto, foi feita, em fevereiro, uma queixa à polícia por responsáveis da Igreja do Carmo a dar conta do desaparecimento de um crucifixo em prata maciça tomado pelo Património Histórico de valor incalculável.
Os agentes começaram então a observar pacientemente imagens das câmaras de segurança da igreja e viram o decorador entrar de mãos vazias e sair com objetos envoltos em panos na direção do porta-bagagens do carro. Uma, outra, muitas vezes.
Obtidos dois mandados de busca, a polícia conseguiu então entrar numa chácara em Cotia, arredores da metrópole, e no apartamento em Higienópolis, os imóveis do decorador, onde descobriu muitas peças sacras desaparecidas daquela e de outras igrejas da região de São Paulo.
O decorador é, portanto, suspeito de comandar um esquema de furtos de objetos históricos.
Ele, para já, nega. Diz que uma parte dos objetos são fruto de herança e outra adquirida em feiras de antiguidade. No entanto, confessou ter levado o crucifixo mais valioso.
A polícia espera mais queixas de outras igrejas para aprofundar as investigações.
