Crónica Acontece no Brasil. Tentativa de homicídio contra prefeito afinal foi forjada
Polícia concluiu que secretários terão criado falso atentado para incriminar o rival eleitoral, mas ainda não está provado que o próprio político tenha participado no esquema
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No dia 18 de outubro do ano passado, a cidade de Taboão da Serra, que fica na região metropolitana de São Paulo, sobressaltou-se.
O caso não era para menos: José Aprígio, o prefeito da cidade, candidato naquela altura à reeleição nas eleições municipais do Brasil, fora atingido no ombro esquerdo por um dos seis tiros disparados contra a viatura blindada em que circulava durante evento de campanha.
A equipa do prefeito que o acompanhava publicou imediatamente nas redes sociais o sangue no ombro. A imprensa republicou. Após a tentativa de homicídio, Aprígio, que tem 72 anos, foi até internado numa unidade de saúde de Taboão e depois encaminhado para um hospital de São Paulo.
Mas, quase quatro meses depois, a investigação da Polícia Civil e do Ministério Público ao caso concluiu que não houve nenhuma tentativa de homicídio: foi tudo forjado, disseram Polícia Civil e Ministério Público.
Segundo o primeiro distrito policial de Taboão e a promotoria, conta o site g1, os investigados decidiram simular um ataque a tiros contra o veículo de Aprígio de maneira a fazê-lo obter vantagem eleitoral e incriminar o rival na segunda volta Engenheiro Daniel.
Em operação policial realizada na segunda-feira, 17, foram apreendidas cinco armas e quatro automóveis usados no falso atentado. Houve buscas a casas de seis secretários, funcionários e familiares do político, apontados como responsáveis pelo esquema. Para já, a polícia só suspeita, mas ainda não garante, que Aprígio estivesse envolvido e continua a apurar se os ferimentos foram verdadeiros ou falsos.
Entretanto, Aprígio, que foi votar de cadeira de rodas, perdeu a eleição para o Engenheiro Daniel.
