João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que foi o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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Hoje o nome de uma jovem despertou a minha atenção: Xiaomi. Não sei se será o seu verdadeiro, mas isso não importa muito.
O que há a salientar é que Xiaomi é uma voluntaria da designada fase 1 para a realização de testes e ensaios clínicos em humanos das vacinas contra o Covid-19.
A semana passada tinha sido anunciado pelo governo, que a China já disponha de um conjunto de vacinas desenvolvidas pelos seus cientistas e que estava previsto iniciar-se ensaios clínicos no inicio de abril.
A fase 1 agora encetada tem como objetivo testar e avaliar as vacinas em termos de segurança e de eficácia. Conta com a participação de voluntários residentes em Wuhan com idades compreendidas entre os 18 e 60 anos.
É-lhes pedido que permaneçam em quarentena por um período de 14 dias, sobre a observação e monitorização duma equipa de especialistas médicos.
Seguir-se-á um período de acompanhamento de 6 meses e de imediato serão realizadas analises mais especificadas a estes altruístas, para avaliar se existem quaisquer efeitos colaterais e confirmar se foram produzidos anticorpos. A existência destes será indicador que o sistema imunitário estará preparado para manter o vírus fora das células.
"Apenas quero ajudar o pais e a sociedade com o meu pequeno contributo...e levar uma vida sem arrependimento" disse Haifeng, o voluntario de mais idade do grupo.
Segundo Wang Junzhi um dos cientistas, "as vacinas continuam a ser produzidas com base em cinco abordagens técnicas, algumas das quais já foram testadas em animais".
Os pesquisadores tem como meta concluir os seus estudos pré-clínicos antes do prazo previsto inicialmente para abril e, desenvolver rapidamente mais testes.
Sem dúvida uma corrida contra o tempo, nesta luta do mundo contra o mal.
Mantenham-se seguros e saudáveis!
João Pedrosa em Wuhan (22 de março de 2020)