As Forças de Defesa de Israel (IDF) e da Agência de Segurança Nacional (ISA) indicaram esta informação em comunicado conjunto
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A Cruz Vermelha já tem na sua posse quatro caixões de reféns israelitas mortos em Gaza, adiantaram esta terça-feira à noite as autoridades de Israel, após o Hamas ter indicado que ia entregar entre quatro a seis corpos.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) e da Agência de Segurança Nacional (ISA) indicaram esta informação em comunicado conjunto, acrescentando que se vão encontrar com a Cruz Vermelha na Faixa de Gaza.
"O Hamas deve cumprir o acordo e tomar as medidas necessárias para devolver os reféns", destacaram ainda estas autoridades israelitas.
Hamas tinha indiciado que ia entregar esta terça-feira entre quatro e seis corpos de reféns mantidos na Faixa de Gaza, segundo fontes do grupo islamita à AFP, uma informação corroborada à agência noticiosa francesa por outra fonte próxima da equipa de negociação do grupo palestiniano.
Ao mesmo tempo, o Exército israelita anunciou em comunicado que a Cruz Vermelha já se dirigia para um ponto de recolha no norte da Faixa de Gaza, onde esperava receber "vários caixões de reféns mortos".
Pouco antes deste anúncio, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que não pouparia esforços para garantir que os corpos dos restantes reféns fossem devolvidos pelo Hamas e esperava receber notícias "nas próximas horas".
Também o Presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu hoje a entrega dos corpos dos reféns restantes, ao mesmo tempo que avisou que o trabalho relacionado com o cessar-fogo no enclave palestiniano "não terminou".
Trump foi o principal impulsionador do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que foi negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, cataris e turcas.
Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.
Ao abrigo do entendimento, 20 reféns vivos foram entregues pelo Hamas a Israel na segunda-feira, mas apenas quatro corpos dos 28 que se presumem mortos tinham sido devolvidos.
O atraso na devolução dos corpos foi considerado uma "violação dos compromissos", segundo o ministro da Defesa de Israel, que pondera restringir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza até que a totalidade dos reféns seja entregue.
Em troca dos reféns entregues pelo Hamas, 1968 prisioneiros palestinianos foram também libertados, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra Israel, bem como 1700 palestinianos presos por alegadas "razões de segurança", desde o início da guerra, em outubro de 2023.
A guerra na Faixa de Gaza foi intensificada pelos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1200 pessoas e 251 foram feitas reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.