Curdistão iraquiano abriga 700 mil deslocados expulsos pelos extremistas islâmicos
O Curdistão iraquiano é agora o lar de 700 mil deslocados iraquianos, expulsos de suas casas por extremistas islâmicos, declarou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
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«A região do Curdistão no Iraque acolhe agora cerca de 700 mil deslocados iraquianos, a maior parte dos quais chegaram no início de junho», declarou o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, durante uma conferência de imprensa.
Na quarta-feira, a ACNUR havia contabilizado cerca de 600 mil de deslocados iraquianos na mesma região.
Edwards explicou que o ACNUR não foi capaz de perceber se os 100 mil deslocados adicionais correspondem a novas chegadas ou de pessoas que já estavam na região do Curdistão e resolveram agora se registar na organização humanitária.
De acordo com o porta-voz, o registo dos deslocados no Curdistão deverá ser feito até ao início de setembro.
A grande parte dos deslocados vive ainda em escolas, mesquitas, igrejas, prédios não acabados, entre outros lugares.
O ACNUR está a dar continuidade a uma vasta operação humanitária, que teve início na quarta-feira, no norte do Iraque, visando ajudar meio milhão de pessoas que fugiram dos ataques dos extremistas islâmicos.
A operação deve durar 10 dias no total. O ACNUR espera fazer chegar 2.410 toneladas de ajuda à região.
Um segundo Boeing-747 transportando tendas aterrou na noite de quinta-feira em Erbil, na capital do Curdistão iraquiano. Outros aviões são esperados até sábado.
A ajuda está a chegar também por via marítima e terrestre.
O ACNUR estima que 1,2 milhões de pessoas foram deslocadas pelos combates no Iraque em 2014.
O Iraque mergulhou no caos desde o início, a 09 de junho, de uma ofensiva dos rebeldes sunitas organizados pelos extremistas do Estado Islâmico (EI), ao norte de Bagdad, que se estendeu ao início de agosto ao norte do país.
Depois de retomar a barragem de Mossul, a mais importante do Iraque, com o apoio dos norte-americanos, as forças curdas lançaram uma ofensiva contra os jihadistas no norte do país e tentavam hoje retomar a cidade de Jalawla.