O primeiro-ministro britânico condenou a violência «injustificada» registada na última semana na Irlanda do Norte, demarcando-se da ação dos ativistas protestantes leais à coroa britânica dos últimos nove dias.
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«De nenhuma forma estas pessoas estão a ser leais ou a defender o britanismo. A violência é absolutamente injustificada nestas e outras circunstâncias», afirmou, na sessão semanal de respostas aos deputados no parlamento.
David Cameron respondia à deputada norte-irlandesa Naomi Long, que foi ameaçada de morte devido ao apoio do partido Alliance na votação a 03 de dezembro na assembleia municipal de Belfast a favor de remover a bandeira britânica que estava içada permanentemente nos paços do concelho e apenas mostrá-la durante 18 dias oficiais durante o ano.
A decisão, por maioria e por sugestão dos vereadores católicos, desagradou aos protestantes, que desde então danificaram escritórios do Alliance, atacaram as habitações de dois vereadores e protagonizaram confrontos que resultaram em 29 polícias feridos e 38 pessoas detidas.
Na segunda-feira, uma agente da autoridade escapou por pouco quando um grupo de seis homens partiu a janela e incendiou um carro da polícia, o que levou a secretária de Estado para a Irlanda do Norte, Theresa Villiers, a afirmar no parlamento que os manifestantes estão a «desonrar e a envergonhar a bandeira» britânica.
A Irlanda do Norte é um território semi-autónomo desde 2007 e é governada por um executivo de unidade, dirigido por Peter Robinson, unionista, e Martin McGuinness, republicano, após o acordo de paz de 1998 que pôs fim ao conflito sectário que se prolongou durante várias décadas.