Escolas, serviços públicos e privados fechados, uma população retida em casa com receio de ser infetada pelo coronavírus. É este o ambiente que se vive em Macau.
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Macau é por estes dias um território quase fantasma. "Está tudo em casa, as crianças, os funcionários públicos e privados, os restaurantes estão fechados", conta Margarida Gouveia. Esta portuguesa adianta que os únicos serviços abertos são os hospitais, centros de saúde, farmácias e alguns supermercados.
Margarida Gouveia regressou a Portugal no dia 2 deste mês de fevereiro. Ainda conseguiu apanhar o jetfoil que faz a ligação Macau-Hong Kong, um serviço que nesta altura já deixou de funcionar. Foi sujeita a inúmeros controlos.
"Havia controlo de saúde à entrada da alfândega, mediram-me a temperatura à entrada para o jetfoil e depois quando cheguei a Hong Kong voltaram a medir-me a temperatura. Estava uma equipa de cinco pessoas equipadas com fatos e máscaras de proteção e nota-se que há grande controlo nas fronteiras".
Nos supermercados já começa a verificar-se menos abundância. "Macau não tem produção própria de géneros, é tudo importado e começa a ver-se menos quantidade e variedade das coisas".
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Por enquanto, esta portuguesa explica que o governo macaense tem conseguido repor nas prateleiras dos supermercados os bens necessários. No entanto, tudo depende do facto das fronteiras com a China ficarem ou não abertas no futuro próximo.
Entre a comunidade portuguesa e macaense há grande inquietação.
"As pessoas estão preocupadas com a sua saúde e com a expansão muito rápida da doença", afirma.
Margarida Gouveia, que sofre de asma e teve no início de janeiro uma crise, receou pela sua saúde. Conta que o médico a advertiu de que para os doentes crónicos do foro respiratório o coronavírus poderia ser mortal. Por isso não descansou enquanto não chegou a Portugal. "Fui rezando até ao dia de vir para que não cancelassem o voo". Porque várias companhias aéreas estavam a fazê-lo.
Agora, já mais segura em Portugal, em Faro onde reside, Margarida espera que o território onde viveu nos últimos tempos possa voltar rapidamente à normalidade e respirar de alívio.