"Defesa, competitividade, Ucrânia e autonomia." Líderes europeus debatem como tornar UE mais "eficaz, previsível e fiável"
União Europeia discute reforço da prontidão militar até 2030, com abordagem coordenada e complementar à NATO, mas alinhada com os novos objetivos da NATO
Corpo do artigo
Os chefes de Estado ou de Governo da União Europeia reúnem-se, esta quinta-feira, em Bruxelas, para debater como “construir uma Europa mais competitiva, mais segura e mais autónoma”. O presidente do Conselho Europeu, António Costa, considera que é preciso “assegurar que a União Europeia possa ser um interveniente mundial eficaz, previsível e fiável”.
A geoeconomia, a defesa, o apoio à Ucrânia, a situação no Médio Oriente e a migração são os eixos centrais do encontro. Antonio Costa considera que “estas questões que têm de ser enfrentadas em conjunto, para fazer avançar as ambições comuns”.
Os líderes europeus deverão analisar o progresso feito desde março na área da Defesa, tendo em vista o objetivo de assegurar a prontidão europeia até 2030. “Temos agora de manter o rumo e acelerar os progressos no sentido de garantir a prontidão comum da Europa em matéria de defesa até 2030”, frisou António Costa, que espera que os governantes avaliem os planos para reforçar as capacidades militares, fortalecer a indústria de defesa e aumentar o financiamento.
Bruxelas quer que os Estados-membros da União Europeia mantenha uma abordagem ordenada e complementar à Aliança Atlântica, embora alinhada com os objetivos da cimeira de Haia, nos Países Baixos, onde foi definido um novo objetivo de gastar o equivalente a 5% do PIB em Defesa até 2035.
Ucrânia
Relativamente à Ucrânia, António Costa afirma que Kiev “tem envidado esforços firmes para permitir um verdadeiro processo de paz. E a UE continuará igualmente firme no seu apoio à Ucrânia.” Os 27 deverão reafirmar a determinação da União para manter o apoio financeiro e militar, assim como debater os próximos passos no processo de adesão da Ucrânia à UE. Os líderes vão também fazer um ponto de situação sobre a aplicação dos mais recentes pacotes de sanções à Rússia.
Médio Oriente
A reunião servirá também para debater a situação no Médio Oriente, “com destaque para a dramática situação que se vive em Gaza”, lê-se na carta de António Costa. A UE deverá reiterar o apelo à distribuição “segura, rápida e sem entraves da ajuda humanitária”, à “libertação incondicional de todos os reféns” e ao “restauro imediato do cessar-fogo”, apela o presidente do Conselho Europeu.
O Conselho Europeu discutirá igualmente a possibilidade de rever a aplicação do Acordo de Associação da União Europeia com Israel à luz do artigo 2.º, que se refere ao respeito pelos direitos humanos. No entanto, qualquer decisão estará dependente de uma proposta da Comissão e da Alta Representante.
Competitividade
A discussão geoeconómica abordará o papel da UE no mundo e a sua capacidade competitiva, tendo como pano de fundo a incerteza sobre a política externa dos EUA, assim como as relações com o Japão, China, CELAC, União Africana e Egito.
“A interação entre o contexto internacional complexo e as nossas prioridades económicas internas […] é mais importante do que nunca”, escreveu Costa, propondo que os líderes avancem com medidas concretas para reforçar o mercado único, desenvolver o papel internacional do euro e acelerar a criação da União de Poupança e Investimento.