John Bolton, antigo conselheiro de segurança nacional, voltou a estar no centro da conversa. Advogados de Trump minimizam a importância das revelações feitas pelo antigo aliado do presidente.
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A equipa da Casa Branca encerrou, nas últimas horas, os argumentos iniciais no julgamento de Trump e, desta vez, não ignorou totalmente o manuscrito de Bolton.
O antigo conselheiro de segurança nacional vai publicar um livro - "The room where it happened" - em que descreve uma conversa que teve com o presidente. No verão, Donald Trump ter-lhe-á dito que queria suspender o apoio financeiro à Ucrânia até o procurador-geral desse país anunciar uma investigação aos democratas, incluindo Joe e Hunter Biden.
O constitucionalista que integra a equipa de Trump, Alan Dershowitz, foi o primeiro a falar do assunto garantindo que o que foi descrito por Bolton não configura um crime suscetível de destituição. Já o advogado pessoal do presidente, Jay Sekulow, defendeu que o processo de destituição não é um jogo que admita fugas de informação e manuscritos anónimos.
Agora, é altura de contar espingardas. O líder da maioria no congresso já admitiu que não tem os votos suficientes para travar a chamada de testemunhas. As próximas duas sessões são dedicadas às perguntas dos senadores e respostas da acusação e da defesa. Só na sexta-feira haverá um voto sobre testemunhas e novas provas.
Para conseguirem que John Bolton compareça neste julgamento os democratas precisam do voto de quatro senadores republicanos. Há quatro nomes apontados como mais suscetíveis de mudar de lado - Mitt Romney do Utah, Cory Gardner do Colorado, Lisa Murkowski do Alasca, Lamar Alexander do Tennessee e Susan Collins do Maine. Um ou mais destes senadores está disponível para aprovar mais testemunhas, mas Mitch McConnell não os identificou.
O senador Mark Warner, um democrata da Virgínia explicou qual é a maior preocupação dos republicanos: "Eles sabem que se não aceitarem chamar John Bolton, e daqui a um mês a publicação do livro revelar detalhes que seriam importantes para o julgamento, vão fazer figura de parvos."
Uma sondagem divulgada pela BBC mostra que 75% dos americanos inquiridos concordam com a ideia de chamar novas testemunhas.