Ao oitavo dia de julgamento, começou a fase de perguntas e respostas. A defesa de Trump insiste que as ações do Presidente norte-americano não justificam um afastamento, já a acusação diz que abrir um precedente é perigoso.
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Os republicanos parecem estar de novo em vantagem. Depois de dois dias em que o livro de John Bolton dominou as atenções, a balança parece pender agora para o chumbo de novas testemunhas. Nas últimas horas, a liderança republicana manifestou a convicção de que tem assegurados os votos necessários para impedir novas testemunhas e novas provas.
Na bancada dos democratas instalou-se o pessimismo e a teoria defendida foi a de que se os "crimes" de Trump ficarem impunes, isso dará ao Presidente a ideia de que pode fazer tudo.
Neste processo, as perguntas dos senadores são enviadas para o presidente do Supremo Tribunal, que preside ao julgamento. Depois, John Roberts lê-as e cada lado tem cinco minutos para responder.
A pergunta que mais interesse levantou foi a que a senadora Susan Collins apresentou em nome dela, de Mitt Romney e de Lisa Murkowski (três dos quatro republicanos mais suscetíveis de quererem ouvir novas testemunhas). Questionaram a defesa sobre se se deveria ter em atenção a possibilidade de o Presidente ter retido a ajuda à Ucrânia por outras razões que não o anúncio de uma investigação a Hunter Biden. O conselheiro da Casa Branca, Patrick Philbin, respondeu que "se existe a possibilidade de Trump ter tido em conta o interesse público, então, o caso dos democratas desaparece."
O principal responsável pela equipa de acusação aproveitou a pergunta para voltar a insistir nas novas testemunhas. Adam Shiff considerou que se os republicanos têm duvidas quanto às motivações de Trump, o melhor é ouvirem o antigo conselheiro de segurança nacional, John Bolton.
Durante as oito horas de perguntas e respostas, uma nova tese foi avançada pela defesa: a de que o que interessa ao Presidente, interessa ao país. Se Trump pensa que é do interesse do país ganhar as eleições de novembro, o que fez aos ucranianos é do interesse nacional e, por isso, não há razões para um afastamento.