Dentro do Syriza há quem peça «desculpa» pelo acordo do Governo grego com Eurogrupo
O eurodeputado grego do Syriza, Manolis Glezos, critica o acordo que foi alcançado entre o Governo helénico e os parceiros europeus. É uma das primeiras vozes dentro do Syriza, a mostrar que nem todos os simpatizantes do partido de esquerda radical estão satisfeitos com a extenção do resgate ao país.
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«A mudança do nome da 'troika' para 'instituições', do 'memorando' por 'acordo' e dos 'credores' por 'parceiros' não altera nada a realidade anterior», assinalou Glezos num artigo publicado num blogue, noticiou a agência de notícias espanhola EFE.
Manolis Glezos pediu a «todos os membros e simpatizantes» do Governo de coligação encabeçado pelo Syriza que decidam «em reuniões extraordinárias a todos os níveis da organização» se aceitam a decisão do executivo de Alexis Tsipras.
O emblemático político esquerdista sublinhou que já passou um mês desde as eleições, mas ainda não foi cumprida a promessa do Syriza de «abolir a 'troika' e o programa de resgate».
No seu artigo, Glezos pede desculpa aos eleitores gregos por tê-los feito «participar na ilusão» durante a campanha eleitoral de ter um Governo de esquerda, pedindo-lhes uma reação «antes que seja demasiado tarde».
O jornalista grego Nikolau Hidiroglu, ouvido pela TSF diz acreditar que estas críticas vão ter eco. O jornalista sublinha que Manolis Glezos «está a fazer muito barulho mesmo dentro do Syriza. Ele é uma figura muito simbólica na nossa cena política. É um, herói da resistência contra os alemães na segunda guerra mundial».
Segundo a EFE, fontes governamentais reagiram às críticas apontando para o decorrer das negociações com os países da zona euro, afirmando que Glezos «não faz ideia das duras negociações» com os parceiros europeus.