A antiga chanceler alemã lembra que a Rússia sempre tinha sido um fornecedor fiável e por isso não se arrepende da política energética que levou a cabo e que privilegiou os negócios com aquele país.
Corpo do artigo
Angela Merkel garante que não se arrepende das políticas que tomou e que levaram a Alemanha e a Europa a uma dependência da Rússia a nível energético.
A antiga chanceler alemã está, esta quinta-feira, em Lisboa, para a entrega do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, de que é a presidente do júri.
Em conferência de imprensa, questionada em relação à opção que que fez pelos negócios energéticos com a Rússia, para os gasodutos Nordstream, Merkel declarou que, na altura, a solução russa pareceu-lhe a melhor decisão.
"Não lamento as decisões que tomei. Na altura, pareceu-me que era a estratégia mais acertada", afirmou a antiga chanceler, alegando que "desde a guerra fria que a Rússia era um fornecedor confiável de energia".
Reconhecendo que as recentes ações da Rússia vieram "mudar as coisas", Angela Merkel admitiu que o novo governo alemão tem agora de responder aos problemas que se colocam.
A antiga chanceler ressalvou, contudo, que já desde o final do seu período de governação que "era clara" a necessidade de apostar noutras formas de energia e acelerar a luta contra as alterações climáticas.
Angela Merkel é, este ano, a presidente do júri do Prémio Gulbenkian Humanidade, substituindo Jorge Sampaio no cargo.
O prémio, no valor de 1 milhão de dólares, foi atribuído, à Plataforma Intergovernamental Ciência-Política sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES) e ao Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC).
A cerimónia de entrega acontece esta tarde, pelas 18h00, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.