Ex-primeiro-ministro de Itália disse que não se arrepende de nada.
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O ex-primeiro-ministro de Itália, Giuseppe Conte, classificou este sábado como "uma grande experiência" os seus quase mil dias no poder, em declarações ao portal de notícias italiano Fanpage, pouco depois de terminar oficialmente o seu mandato.
"Foi uma grande experiência, espero que também me tenha tornado uma pessoa melhor", disse à chegada à casa, em Roma, com a sua mulher Olívia Palladino, logo depois da passagem de testemunho ao seu sucessor, Mario Draghi, ex-governador do Banco Central Europeu.
Conte disse ainda, em resposta aos jornalistas, que não se arrepende de nada. O agora ex-primeiro-ministro de Itália chegou a presidente do Conselho em junho de 2018, eleito pelo Movimento Cinco Estrelas como chefe do executivo de coligação com a Liga Norte, de extrema-direita.
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Depois de um agitado verão em 2019, durante o qual o líder da Liga Norte, Matteo Salvini, deitou por terra a aliança de Governo, Conte voltou a ser indicado para liderar um executivo de coligação, desta feita entre o Movimento Cinco Estrelas e o Partido Democrático, à esquerda, a qual durou até este sábado.
Foram 988 dias no poder, com dois períodos distintos, durante os quais deixou de ser um advogado praticamente desconhecido a um dos rostos mais identificáveis, sobretudo pelas declarações frequentes durante a gestão da pandemia de Covid-19.
Este sábado abandonou o Palacio Chigi de Roma sob aplausos dos funcionários. Desconhece-se qual o futuro do Conte, que alcançou no Governo elevados níveis de popularidade nos primeiros tempos da pandemia, ainda que tenha sido forçado a decretar medidas restritivas muito duras, refere a agência espanhola, Efe.
Nos últimos tempos tem-se especulado sobre a possibilidade de vir a formar um partido próprio ou que tente a liderança do Movimento Cinco Estrelas, mas nenhum dos rumores teve qualquer confirmação.
A 04 de fevereiro, quando foi conhecida a sua substituição por Draghi à frente do executivo italiano, dirigiu-se ao partido dizendo, sem clarificar o sentido da declaração: "Estou e estarei".
Conte já alterou a sua nota biográfica nas redes sociais, cujas contas abriu quando deixou a docência universitária para entrar na política.
"Jurista e advogado. Professor de direito privado. Papá do Niccolò", lê-se na sua nova informação biográfica no Twitter, rede onde está em silêncio há nove dias.
Mario Draghi foi empossado este sábado como primeiro-ministro de Itália pelo chefe de Estado, Sergio Mattarella, que o encarregou de formar governo após a crise desencadeada no decurso da renúncia ao cargo de Giuseppe Conte em 26 de janeiro.
Draghi terá um executivo com 23 ministros entre os quais reconhecidos técnicos que vão assumir pastas importantes como a Economia, Interior ou Transição Energética.
O economista, de 73 anos, substitui Giuseppe Conte, que renunciou ao cargo depois de o partido Itália Viva, de Matteo Renzi, um dos parceiros da coligação governamental, ter abandonado o Governo, deixando-o sem maioria no Parlamento.