O comboio em que o líder norte-coreano viajou, entrou na Rússia por volta das 8 da manhã. Esta quinta-feira realiza-se a primeira cimeira entre Kim e Putin. O programa nuclear norte-coreano vai ser um dos temas em agenda.
Corpo do artigo
Foram nove horas de viagem entre a Coreia do Norte e a cidade russa de Vladivostok, onde os dois líderes se vão encontrar. Depois de atravessar a fronteira russa, Kim Jong Un parou na estação Khasan, onde foi recebido por uma pequena delegação local que lhe entregou flores, pão e sal, de acordo com a forma tradicional russa de receber os visitantes.
A primeira cimeira entre Putin e Kim acontece numa altura em que arrefeceram as relações entre Pyongyang e Washington. O encontro entre Trump e o líder norte-coreano, em Hanói, terminou mais cedo sem qualquer entendimento. Os Estados Unidos garantem que se mantêm otimistas quanto à possibilidade de um entendimento, mas as mais recentes declarações dos responsáveis norte-coreanos fazem prever um longo caminho até que haja consenso sobre o programa nuclear de Pyongyang.
Vários diplomatas norte-coreanos falaram em suspender as negociações com os Estados Unidos e pediram a Trump para substituir o secretário de Estado, Mike Pompeo, por alguém que seja mais cuidadoso e maduro nas negociações. O próprio Kim Jong Un já afirmou que, a continuar o impasse, poderá haver consequências, mas não esclareceu quais.
É com este cenário que foi marcada a cimeira de Vladivostok. Não está previsto que seja assinado qualquer acordo e não haverá uma declaração final. É certo, no entanto, que Pyongyang vai tentar garantir o apoio de Putin para pressionar Washington a levantar algumas das sanções ao país. Kim Jong Un quer também perceber que opções diplomáticas estão em cima da mesa, se falharem as conversas com os Estados Unidos.