Desaparecido há 48 horas. Tudo o que se sabe sobre Titan, o submersível que visitava destroços do Titanic
As autoridades norte-americanas e canadianas estão numa corrida contra o tempo para encontrar o submersível que desapareceu com cinco pessoas a bordo.
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Cinco pessoas iniciaram, no domingo, pelas 06h00 (hora local, mais cinco em Lisboa), aquilo que prometia ser uma "experiência de viagem única" com a visita aos destroços do Titanic. A expedição estava prevista para durar oito dias, mas uma hora e 45 minutos depois do embarque, quando a embarcação estava a cerca de 700 quilómetros a sul de São João da Terra Nova, no Canadá, o submersível Titan que tem oxigénio para um máximo de 96 horas, perdeu o contacto com o navio de apoio "Polar Prince". A Guarda Costeira de Boston, nos Estados Unidos, está agora numa corrida contra o tempo, num exercício de busca e salvamento que envolve um avião P-8 Poseidon e um C-130.
"Durante algum tempo, não conseguimos estabelecer comunicações com um dos nossos veículos submersíveis de exploração que está atualmente a visitar o local dos destroços do Titanic", afirmou a OceanGate Expeditions, empresa responsável pelas expedições em alto mar, garantindo que estava a fazer todos os possíveis para trazer a tripulação de volta.
Para embarcar no Titan, um submersível com cerca de 6,5 metros, as cinco pessoas a bordo precisaram de pagar cerca de 250.000 dólares (aproximadamente 229.000 euros) cada uma.
Um vídeo divulgada pela empresa OceanGate mostra como funciona o submersível:
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A bordo, de acordo com a AFP, estará o empresário britânico Hamish Harding, de 58 anos, turista espacial e presidente da Action Aviation. No domingo, publicou na rede social Instagram que estava "orgulhoso" por se juntar a esta viagem da OceanGate.
O empresário paquistanês Shahzada Dawood e o seu filho Suleman Dawood também estarão a bordo. Shahzada Dawood é o vice-presidente do conglomerado Engro, com sede em Karachi, que tem investimentos em energia, agricultura, petroquímica e telecomunicações.
O explorador francês Paul-Henry Nargeolet e o diretor executivo da OceanGate, Stockton Rush, serão os outros tripulantes do Titan.
As buscas, que envolvem não só a Guarda Costeira dos EUA, mas também a Guarda Costeira do Canadá, decorrem numa zona descrita como "remota" do Atlântico Norte, onde os destroços do Titanic se encontram a 650 quilómetros da costa da Terra Nova, no Canadá, e a cerca de quatro mil metros de profundidade.
As autoridades estão a trabalhar sob a condição de que o Titan pode não ter ainda voltado à superfície, estando a ser usados sonares, limitando as manobras à "escuta de sons". Assim, para fazer buscas sob a superfície da água será necessário recorrer a outro tipo de meios.
O submersível tem oxigénio suficiente para 96 horas, mas John Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, acreditava, na segunda-feira, que ainda restavam 70 ou mais horas.
De acordo com a CNN, não será necessária experiência prévia de mergulho para as pessoas se juntarem à expedição da OceanGate e visitar os destroços do Titanic, mas os candidatos devem ter, pelo menos 18 anos e "ser capazes de viver a bordo da embarcação de expedição durante uma semana" e "demonstrar força básica, equilíbrio e flexibilidade".
Os especialistas em missões podem optar por desempenhar várias funções durante a viagem de oito dias, incluindo ajudar nas operações de sonar, fotografia e videografia, ajudando o piloto nas comunicações submarinas.
A OceanGate Expeditions é a única empresa que possui um submersível capaz de chegar ao fundo do oceano para ver de perto os destroços do "Titanic".
O submersível utilizado pela empresa tem normalmente uma tripulação de cinco pessoas: um piloto, três turistas e um "especialista de conteúdo".
A empresa tinha anunciado recentemente na respetiva página na Internet e nas redes sociais que estava em curso uma expedição para ver os destroços do "Titanic".
A 14 de junho, a empresa afirmou no Twitter que estava a utilizar a empresa de comunicações Starlink para manter a linha de comunicação aberta com a expedição que se dirigia ao "Titanic".
O navio de passageiros "Titanic" afundou-se na viagem inaugural entre o Reino Unido e os Estados Unidos, em abril de 1912, após ter colidido com um icebergue. Mais de 1500 dos 2224 passageiros e tripulantes a bordo morreram.
Os destroços do luxuoso transatlântico só foram encontrados em 1985, mais de sete décadas depois do naufrágio.
