Descoberto o segredo do pescoço do maior voador do mundo. "Não se conhece nada equivalente, moderno ou extinto"
Os pterossauros azharquídeos eram os maiores animais voadores do mundo, e cruzavam os céus na era dos dinossauros. Maiores do que os pescoços das girafas, estas estruturas revelaram ser uma estrutura interna muito sofisticada.
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Os investigadores descobriram o mistério sobre o modo como os pterossauros sustentavam o pescoço, que podia atingir três metros. Os pterossauros azharquídeos eram os maiores animais voadores do mundo, e cruzavam os céus na era dos dinossauros. Usavam os longos bicos para capturar presas, peixes e outros animais.
Mais compridos do que os das girafas, os pescoços destes répteis guardavam um segredo: um conjunto complexo de raios extremamente leves no interior dos ossos, mas fortes o suficiente para suportar o peso. Uma equipa de investigadores que analisou fósseis bem preservados destes animais em Marrocos acredita agora que o interior da coluna vertebral do pterossauro albergava uma estrutura interna sofisticada. Após a realização de uma tomografia computadorizada, os cientistas não queriam acreditar no que encontraram, conforme revela à AFP Cariad Williams, uma das autoras do estido publicado na iScience. "É uma das estruturas mais singulares que já vimos. Não se conhece nada equivalente no reino animal, moderno ou extinto, e surpreende-me que ninguém o tenha encontrado antes."
O tubo neural, que conduz os nervos pela espinha dorsal, fica no centro, e liga-se às paredes externas das vértebras por intermédio de finas trabéculas, dispostas radialmente e entrecruzadas, como uma roda de bicicleta. Estes ossos finos também acompanham o comprimento das vértebras em forma de hélice, reforçando a estrutura.
A equipa de investigadores trabalhou com engenheiros biomecânicos, cujos cálculos sugeriram que apenas 50 desses ossos em forma de raio aumentavam em 90% a quantidade de peso suportada pelos animais.
Sabe-se relativamente pouco sobre os pterossauros e, até agora, estes répteis eram considerados um beco sem saída d ponto de vista evolutivo. No entanto, as novas descobertas demonstram agora que são "fantasticamente complexos e sofisticados" e merecem um estudo muito mais aprofundado, garante a equipa.