Despesa Militar. Stoltenberg defende "patamar mínimo" de 2% do PIB "em vigor imediatamente"
A poucas semanas da Cimeira de Vílnius, Stoltenberg afirma que espera "um compromisso mais forte dos aliados".
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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg defendeu, esta quinta-feira, em Bruxelas, o reforço dos gastos em Defesa, estabelecendo agora um prazo para que seja alcançado "o patamar mínimo" de 2% do PIB.
Stoltenberg espera "um compromisso mais forte" dos governos dos países membros da NATO, lembrando que a referência que têm vigorado até agora, para os gastos em defesa, foi estabelecida num outro contexto, que já não se verifica atualmente.
"Em 2014, estabelecemos o que chamamos o compromisso de Gales, onde dissemos que devemos avançar no sentido de gastarmos 2% do PIB em Defesa, dentro de uma década", lembrou o secretário-geral da NATO, referindo o que são as circunstâncias atuais, com "esta década quase a terminar".
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"O mundo tornou-se muito mais perigoso, com uma guerra total na Europa, mas também com outras ameaças e desafios", destacou Jens Stoltenberg, questionado pela TSF sobre se "espera que além do mínimo de 2%, em algum momento sejam estabelecido um novo teto, mais elevado" para os gastos militares.
"Espero que, quando os líderes se reunirem em Vilnius, no próximo mês, cheguem a acordo sobre um compromisso mais forte, um compromisso duradouro e um compromisso que tenha de entrar em vigor imediatamente, e não dentro de uma década", respondeu o secretário-geral da NATO, à entrada para a reunião ministerial de Defesa.
Por essa razão, entende que a referência de 2% do PIB deve ser agora encarado de outra forma: "2% do PIB para a defesa não é uma espécie de teto, mas sim um patamar mínimo que temos de atingir, mas é claro que estas são consultas em curso entre os aliados."
O encontro, em que participa a ministra Helena Carreiras, terá como objetivo "a preparação da cimeira de Vilnius", na qual será afinada "a linguagem exata" de um dos aspetos centrais, que é "a questão do reforço do compromisso para investir mais em defesa", detalhou Stoltenberg.
Suécia na NATO?
A poucas semanas da cimeira, em que se esperaria a entrada do 32.º membro da Aliança Atlântica, as expectativas estão no mínimo, depois de o Presidente turco, Tayyip Erdogan, ter dito que a NATO não deve contar com o aval de Ankara para a entrada da Suécia.
As afirmações do Presidente turco aconteceram no dia em que representantes da NATO, Suécia, Finlândia e Turquia estiveram reunidos em Ankara para avaliar em que ponto estão as negociações.
Mas, a Turquia afirma que a Suécia não considerou todas as questões de segurança nomeadas por Ankara. No entanto, o secretário-geral da NATO diz-se confiante que será possível incluir a Suécia entre os membros da aliança, durante o próximo mês.
"É possível que a Suécia na Nato até à Cimeira de Vílnius. Não posso assegurar que isso aconteça, mas continuo a trabalhar arduamente para garantir a adesão da Suécia o mais rapidamente possível", afirmou Stoltenberg, dizendo que a Suécia tem cumprido aquilo a que se comprometeu.
"A Suécia cumpriu os compromissos que assumiu na Cimeira de Madrid do ano passado, tais como eliminar as restrições à exportação de armas, reforçar a cooperação com a Turquia na luta contra o terrorismo. A Suécia alterou a Constituição e reforçou a legislação antiterrorista", afirmou.