O presidente decretou o estado de emergência no país e mandou prender dois juízes do Supremo Tribunal de Justiça.
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Os dois juízes do Supremo Tribunal de Justiça foram detidos pela polícia, juntamente com outro agente judicial. A decisão do presidente das Maldivas surgiu depois de o Supremo Tribunal ter ordenado a reintegração de 12 deputados regressados do exílio e a libertação de nove líderes da oposição.
Com esta decisão, anunciada na semana passada, o Partido Democrático das Maldivas, a principal força da oposição ao presidente Abdulla Yameen, voltaria a ter uma maioria parlamentar.
Um dos condenados é Mohamed Nasheed, ex-presidente e o principal rival político do atual chefe de Estado das Maldivas, que atualmente está no exílio. Nasheed, foi o primeiro líder do país eleito democraticamente.
Agora o tribunal vem decretar a inconstitucionalidade do julgamento em que o antigo chefe de Estado foi condenado por terrorismo.
As ruas da capital das Maldivas foram palco de vários protestos. O governo já suspendeu o parlamento. A oposição acusa-o de corrupção e de violações dos Direitos Humanos.
O comissário da polícia do país garantiu que faria cumprir a decisão do tribunal. A resposta não tardou. De acordo com a BBC, o Executivo afastou-o do cargo.
Yameen recusa-se a acatar a ordem do Tribunal de Justiça e decretou esta segunda-feira o estado de emergência, válido para um período de 15 dias.
O estado de emergência vem limitar alguns direitos e dar poder às forças de segurança para deter e banir encontros públicos ou protestos.
As forças armadas têm ordens para resistir a qualquer medida do Supremo que leve à deposição do chefe de Estado.
Outro nome central nesta crise é Maumoon Abdul Gayoom. Ele é meio-irmão do atual presidente, governou as Maldivas de forma autoritária durante três décadas antes do país se tornar numa democracia, em 2008.
Gayoom juntou-se agora à oposição. Foi preso em casa acusado de tentativa de suborno e de derrube do Governo.
As Nações Unidas, a União Europeia e governos um pouco por todo o mundo já pediram a Yameen que obedeça às ordens da justiça maldiva.
O antigo presidente Mohamed Nasheed apelou à Índia que intervenha para libertar os presos políticos.