O procurador do TPI, Serge Brammertz, considerou que a detenção de Radovan Karadzic foi um «sucesso maior na cooperação da Sérvia» com este tribunal. A presidência francesa da União Europeia já saudou a transferência de Karadzic para o tribunal de Haia.
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O procurador do Tribunal Penal Internacional considerou que a detenção do antigo líder dos sérvios da Bósnia foi um «sucesso maior na cooperação da Sérvia» com o TPI.
Apesar disto, Serge Brammertz disse esperar que a cooperação de Belgrado leve à detenção dos «dois últimos fugitivos, Ratko Mladic e Goran Hadzic», sem a qual a missão do TPI não poderá ser finalizada.
«Conto encontrar-me com representantes das autoridades sérvias nas próximas semanas, provavelmente no princípio de Setembro», explicou este procurador do TPI.
Brammertz indicou ainda que esta detenção é de «importância capital tanto para as vítimas, que esperaram muito tempo por este julgamento, como para a justiça internacional».
«Esta mostra que não há alternativa à detenção dos criminosos de guerra e que não há refúgio para os fugitivos», acrescentou este procurador, que quer apresentar uma acusação forte contra Karadzic, sem ferir os direitos da sua defesa.
Serge Brammertz explicou que «este caso é complexo» e que «para provar crimes graves, a acusação deverá apresentar um grande número de elementos de prova, incluindo muitos testemunhos».
A União Europeia também já se congratulou com a transferência de Karadzic para o TPI, com a presidência francesa da União a entender que esta é uma «etapa importante do processo de reconciliação dos Balcãs ocidentais».
«A União Europeia apela à Sérvia a continuar nesta via e a localizar e transferir para Haia os últimos dois acusados ainda em fuga», acrescentou a presidência gaulesa, que diz que desta forma se irá verificar uma aproximação entre a Europa e a Sérvia.
Para a União Europeia, este processo «contribuirá para a manifestação da verdade e responderá a um dever de justiça para com as vítimas e as suas famílias».
O TPI procura ainda a captura de Ratko Mladic, antigo chefe militar dos sérvios da Bósnia, e de Goran Hadiz, líder da auto-proclamada república sérvia da Krajina.