A detenção de Ratko Mladic já foi saudada por vários países, que destacam o fim de um «capítulo infeliz» da história sérvia e o passo dado para a reconciliação regional e a aproximação à União Europeia.
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O antigo chefe militar dos sérvios da Bósnia foi detido hoje de manhã numa localidade do norte da Sérvia.
Mladic, de 68 anos, estava em fuga há 16 anos, desde que em 1995 foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Jugoslávia de genocídios, crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos durante a guerra da Bósnia (1992-1995).
No Reino Unido, o ministro da Defesa, Liam Fox, saudou a detenção de Mladic afirmando que ela «encerra um capítulo muito infeliz da história» da Sérvia.
«Isto dá à população sérvia uma oportunidade de fechar, ou pelo menos começar a fechar, um capítulo muito infeliz da história», disse o ministro britânico à televisão Sky News.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, saudou um «momento histórico para uma região desmembrada pela horrível guerra dos anos 1990».
Felicitando as autoridades sérvias, Hague disse desejar «a transferência rápida de Ratko Mladic para Haia», sede do TPI, que o acusou de «crimes terríveis cometidos na Bósnia-Herzegovina».
Em Itália, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Frattini, considerou que a detenção de Mladic «aproxima ainda mais a Sérvia da Europa e da União Europeia».
Esta detenção demonstra «uma grande maturidade democrática da Sérvia», disse Frattini, acrescentando que «Mladic é um símbolo da limpeza étnica e da violência que custou a vida a muitos civis no que representa uma das páginas negras da história europeia».
Em Bruxelas, a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, saudou a detenção pedindo que ele seja transferido «sem demora» para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia e afirmando que ela constitui «um passo importante para a Sérvia e para a justiça internacional».
O comissário europeu para o Alargamento, Stefan Fule, saudou um «gesto histórico da parte da Sérvia, que demonstra que compreendeu a importância decisiva da reconciliação regional», a qual, disse, «faz parte dos critérios políticos para o processo de adesão à UE».
A NATO também saudou a detenção, afirmando que ela oferece uma possibilidade «de que seja feita justiça».
O procurador do TPI, Serge Brammetz, que horas antes da detenção de Mladic lamentava publicamente que a Sérvia não estivesse a fazer «esforços suficientes» para deter Mladic, reagiu ao anúncio da detenção feito pelo Presidente sérvio, Boris Tadic, afirmando que a Sérvia «cumpriu uma das suas obrigações internacionais».