O mauritano Mohamedou Ould Slahi era um dos 61 prisioneiros na base militar. Vai ser transferido para o seu país de origem.
Corpo do artigo
"Os Estados Unidos agradecem ao Governo da Mauritânia pelo seu gesto humanitário e a sua vontade de apoiar os esforços americanos para encerrar o campo de Guantánamo", declarou o Pentágono em comunicado.
Após esta transferência, permanecem 60 detidos nesta prisão aberta na base militar dos EUA em Cuba após os atentados do 11 de setembro de 2001 para reagrupar os prisioneiros da "guerra contra o terrorismo" decretada pelo ex-Presidente dos Estados Unidos George W. Bush.
Mohamedou Ould Slahi, 45 anos, está detido em Guantánamo sem processo desde agosto de 2002.
Detido em 2001 na Mauritânia, esteve sucessivamente detido na Jordânia e Afeganistão, antes de ser enviado para Guantánamo, no que designa no seu livro por "viagem mundial da tortura e da humilhação".
No seu livro, publicado há dois anos, conta como foi torturado e forçado a prestar falsas declarações.
Assim, e para terminar com os sofrimentos que lhe foram infligidos, afirmou falsamente ter planeado um atentado contra a torre da CNN em Toronto.
As autoridades norte-americanas acusaram-no de ser membro da Al-Qaida, antes de participar na "célula de Hamburgo", com ligações aos atentados do 11 de setembro.
O Presidente Barack Obama comprometeu-se a encerrar o campo de prisioneiros de Guantánamo. No entanto, arrisca-se a não cumprir a promessa pela impossibilidade de encontrar uma solução com o Congresso para um futuro local de detenção destinado aos detidos que não deverão ser libertados.
Em janeiro de 2009, quando assumiu as suas funções, existiam 242 prisioneiros em Guantánamo.