Partido será o número 38 nas urnas de voto eletrónico em alusão ao calibre .38 dos revólveres mais usados no Brasil.
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Jair Bolsonaro recuou a abril de 1500, data da chegada da comitiva de Pedro Álvares Cabral ao que viria a ser chamado de Brasil, para justificar a fundação do seu novo partido, o Aliança Pelo Brasil (APB). Lembrou o presidente da República que o primeiro ato oficial da história do país foi a celebração de uma missa pelos portugueses na região de Porto Seguro, na Bahia.
Vai daí, na primeira convenção do Aliança Pelo Brasil, a Bíblia e Deus foram tão citados que parecia estarmos a assistir a uma homilia e não a uma mera convenção partidária.
O "respeito a Deus e à religião" é por isso o primeiro princípio da APB, a sigla do partido. Mas também "a defesa da vida, da legítima defesa e da família". E a "garantia da ordem, da representação política e da segurança".
Segurança, ordem, legítima defesa são outros dos pilares do partido. E como no Brasil cada partido tem um número, porque a votação é feita em urna eletrónica, o eleitor digita o candidato ou força da sua preferência, Bolsonaro escolheu o número 38. Numa referência ao revólver calibre .38, dos mais usados no país.
Um outro partido, o Partido Militar, entretanto, já havia tido essa ideia mas cedeu, sem problemas, o 38 à APB. E ficou com o 64, aludindo ao golpe que instituiu em 1964 a ditadura militar no Brasil.
Bolsonaro recebeu, feliz, uma escultura com o logótipo do partido todo feito com cartuchos de bala.
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Além daqueles princípios, o partido de Bolsonaro rejeita o socialismo, o comunismo, o nazifascismo e o globalismo.
Mas a Aliança, que nasceu de uma cisão no PSL, o anterior partido político do presidente, necessita de apresentar milhões de assinaturas de militantes espalhados por nove das 27 unidades federativas do país até março, uma tarefa considerada muito difícil, pelo próprio Bolsonaro. Por isso, corre ainda o risco de não conseguir concorrer às eleições municipais de 2020.
Bolsonaro será o presidente e dois dos seus quatro filhos políticos compõem a direção. Este é o nono partido da carreira política de 30 anos do presidente brasileiro.