O incidente foi declarado "grave" pelas autoridades e a Polícia Antiterrorista está a dar apoio à investigação
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Dez pessoas ficaram feridas, nove com ferimentos graves, na sequência de um ataque com arma branca num comboio com destino a Londres. A polícia britânica deteve duas pessoas.
Num comunicado divulgado ao início da madrugada, horas após o ataque, a Polícia de Transportes Britânica também informou que os ataques com faca foram declarados um "incidente grave".
"Dez pessoas foram levadas ao hospital, sendo que nove delas sofreram ferimentos graves", esclarece o comunicado. "Este incidente foi declarado grave e a Polícia Antiterrorista está a apoiar a nossa investigação, enquanto trabalhamos para estabelecer todas as circunstâncias e motivações para este incidente", refere, acrescentando que "duas pessoas foram detidas".
Testemunhas oculares inquiridas pelo diário The Times indicaram ter visto um homem armado com uma grande faca e passageiros a esconder-se nas casas de banho do comboio para se protegerem. Uma testemunha relatou ter visto "sangue em todo o lado".
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reagiu rapidamente na rede social X, considerando o incidente "extremamente preocupante".
"Os meus pensamentos estão com todos os afetados, e agradeço aos serviços de emergência a sua resposta", acrescentou, aconselhando as pessoas na área do ataque a "seguirem as orientações da polícia".
As forças de segurança foram alertadas do incidente pelas 19h40 locais (e de Lisboa) e intervieram na estação de Huntingdon, cidade na zona de Cambridge onde o comboio foi imobilizado.
A companhia ferroviária London North Eastern Railway (LNER) anunciou o encerramento de todas as suas linhas durante a intervenção dos serviços de emergência naquela estação.
A LNER, que explora ligações ferroviárias no leste de Inglaterra e na Escócia, apelou aos viajantes para que evitem deslocar-se, prevendo "grandes transtornos".
No Reino Unido, um país onde a legislação sobre armas de fogo é muito rígida, a violência com facas aumentou drasticamente nos últimos 15 anos, sobretudo em Inglaterra e no País de Gales, de acordo com dados oficiais, levando o primeiro-ministro a classificar a situação como "uma crise nacional".
O Governo trabalhista tomou várias medidas para restringir o acesso a armas brancas desde que assumiu o poder, em julho de 2024.
Quase 60 mil facas foram apreendidas nos últimos dez anos, indicou na quarta-feira a ministra do Interior, Shabana Mahmood.
Hoje à noite, a ministra declarou-se "profundamente triste" com o ataque em Cambridgeshire e confirmou a detenção de dois suspeitos.
