Organização não-governamental identificou 37 pessoas detidas.
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Várias dezenas de manifestantes foram detidos este domingo em Minsk à margem de uma marcha de protesto da oposição, que contesta a reeleição do Presidente Alexander Lukashenko, indicou o grupo bielorrusso de defesa dos direitos humanos Viasna.
A organização não-governamental identificou 37 pessoas detidas à margem da manifestação, quando o centro da capital da Bielorrússia é patrulhado pela polícia antimotim. Veículos blindados também foram posicionados em locais estratégicos.
Dezenas de milhares de bielorrussos manifestam-se hoje novamente contra Lukashenko, em mais um momento da onda de protestos que agita o país há quatro semanas, desde que o líder autoritário conquistou um sexto mandato nas presidenciais de 09 de agosto, com 80% dos votos, eleições consideradas fraudulentas pela oposição.
Mostrando as cores branca e vermelha da oposição, a multidão convergiu de vários bairros para o centro de Minsk, onde foi instalado um importante dispositivo de segurança.
No sábado foram cerca de 5.000 as mulheres que desfilaram na capital bielorrussa, pedindo a demissão do Presidente Alexander Lukashenko, enquanto estudantes universitários também se manifestavam contra a detenção de colegas noutros protestos.
Lukashenko, 66 anos e que há 26 lidera a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes, tem acusado os manifestantes de serem "marionetas" do Ocidente.
A líder da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaya, que se exilou na Lituânia após o escrutínio, exigiu na sexta-feira perante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas o uso de "todos os mecanismos", incluindo sanções, para terminar a violência e as "violações dos direitos humanos" do Governo de Minsk.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.
Tikhanovskaya, 37 anos, também solicitou o envio imediato de observadores internacionais para que documentem a situação no terreno e a convocação de uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para discutir a crise na Bielorrússia.
Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.