Iranianos saíram à rua para homenagear o general Qassem Soleimani.
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Dezenas de milhares de iranianos estão esta segunda-feira concentrados no centro de Teerão, "vestido" de negro, para homenagear o general Qassem Soleimani, morto na sexta-feira num ataque aéreo dos Estados Unidos no Iraque.
Com imagens do seu herói sorridente nas mãos, os iranianos concentraram-se antes das 08H00 (04H30 em Lisboa) junto à Universidade de Teerão, onde o guia supremo, o 'ayatollah' Ali Khamenei, preside a uma oração em homenagem ao soldado mais popular do Irão.
A multidão, concentrada junto à universidade e ao longo de vários quilómetros, pelas avenidas Enghelab ("revolução") e Azadi ("liberdade"), empunha também bandeiras vermelhas, da cor do sangue dos "mártires", ou iranianas, mas também libanesas ou iraquianas.
Nas ruas ouvem-se palavras de ordem como: "Morte à América", "Morte a Israel".
Numa referência ao general Soleimani e aos outros iranianos que morreram no ataque norte-americano, a televisão estatal está a transmitir imagens em direto de vistas aéreas da capital, ao mesmo tempo que afirma, em título, "ressurreição sem precedentes da capital iraniana para receber Haj Qassem e os mártires da resistência".
O líder supremo do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei, orou e chorou próximo dos caixões do general Qassem Soleimani durante as cerimónias fúnebres, assim como o general Mohammad Ali Jafari, ex-comandante do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana.
Khamenei, que tinha um relacionamento próximo com Soleimani, chorou durante as tradicionais orações muçulmanas pelos mortos.
O sucessor de Soleimani na força de elite iraniana Al-Quds, Esmail Ghaani, ficou ao lado de Ali Khamenei, assim como o Presidente iraniano, Hassan Rouhani, e outros líderes da República Islâmica durante as cerimónias fúnebres.
A filha de Qassem Soleimani, Zeinab, ameaçou diretamente um ataque às forças armadas dos EUA no Médio Oriente enquanto falava diante de multidão em Teerão. "As famílias dos soldados norte-americanos no oeste da Ásia (...) passam o dia esperando a morte de seus filhos", disse Zeinab.
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O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular [Hachd al-Chaabi], além de outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.