Israel deverá começar, em breve, operações terrestres perto de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
Corpo do artigo
Dezenas de tanques israelitas entraram, esta segunda-feira, na parte sul da Faixa de Gaza, perto de Khan Yunis, avança a AFP, citando várias testemunhas. Espera-se que os militares israelitas comecem, em breve, operações terrestres na zona.
Amin Abu Hola, de 59 anos, disse que os veículos israelitas se encontravam "dois quilómetros dentro" do território palestiniano, na aldeia de Al-Qarara, perto de Khan Yunis, enquanto Moaz Mohammed, de 34 anos, afirmou que os tanques israelitas se encontravam na parte sul da estrada de Salah al-Din, que vai do norte ao sul da Faixa de Gaza.
Os ataques de Israel contra Gaza causaram pelo menos 316 mortos e 664 feridos no domingo, informou esta segunda-feira o Ministério da Saúde do enclave palestiniano às Nações Unidas.
A província de Rafah foi a única na Faixa de Gaza em que houve entrega de ajuda à população nas últimas horas [especialmente farinha e água], mas a entrega de outros bens de sobrevivência, destinado à zona de Khan Younis foi interrompida devido ao aumento das hostilidades, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação da Ajuda Humanitária (OCHA, sigla em inglês).
O acesso limitado à zona norte do território, que se verificou durante as tréguas Gaza, onde dezenas de milhares de civis continuam a viver, foi interrompido novamente.
O OCHA indicou que as forças militares israelitas designaram no domingo uma área que equivale a 20% de toda a cidade de Khan Younis para "evacuação imediata", apesar de ser uma região onde, além dos 117.000 residentes antes do início da guerra, estão 21 instalações onde se refugiaram 50 mil deslocados do norte.
A ONU observou que a ordem é para que estas dezenas de milhares de pessoas se desloquem agora para três áreas em direção a Rafah [na fronteira com o Egito], "que já estão mais do que saturadas", segundo a ONU.
"Não é ainda clara, a quantidade de pessoas que estão a deslocar-se para as áreas do sul", reconhece a ONU, cujo pessoal continua a trabalhar para ajudar a população vítima da guerra.
As Nações Unidas sublinharam mais uma vez que Israel - como uma das partes nesta guerra - tem a obrigação, ao abrigo do direito internacional, de minimizar os danos aos civis e que, quando ordena a sua retirada, deve fazê-lo com antecedência suficiente, oferecendo-lhes rotas seguras e um lugar para onde ir, o que não está a acontecer neste caso.