No dia da Europa, a TSF pediu a sete eurodeputados portugueses para refletirem sobre o projeto comunitário.
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Na análise dos eurodeputados, o Brexit sobressai como a prova de fogo da União Europeia (UE) a curto prazo. É, em certa medida, consensual que a saída do Reino Unido é sinal do afastamento demonstrado pela UE ao longo de anos.
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Paulo Rangel (PSD) considera que a União Europeia deve saber "reinventar-se" e uma das formas de o fazer é através da "reforma do euro", na qual reside um dos desafios com "mais implicações futuras para a União e para Portugal".
Rangel considera "importante" a ideia de "completar a união bancária, de ter um seguro de depósitos ou de criar uma capacidade orçamental para a zona euro". O eurodeputado identifica ainda outros desafios também prioritários, apontando "as migrações" como um dos exemplos. Mas "a questão do Brexit e o populismo" também são ameaças a "ter em conta".
Para Carlos Zorrinho (PS) "seria importante que se completasse a arquitetura do euro", nomeadamente "com um orçamento próprio que compensasse os desequilíbrios que resultam da existência de uma moeda única para todos os países, quando entre eles as economias são diferentes". Sobre o Brexit considera que é mais um desafio do que um risco para a construção europeia que vem demonstrar a necessidade de travar outros riscos como o "populismo".
Nuno Melo (CDS) entende que é "no arco da moderação" que se devem procurar as soluções para a União Europeia, para "combater nacionalismos populistas", que conduziram ao Brexit.
Para a eurodeputada Marisa Matias (BE) uma União Europeia indiferente e distante dos cidadãos representa um risco de "fragmentação" do projeto comunitário, com "o racismo e a xenofobia (...) a ganharem dimensão". Já o eurodeputado João Ferreira (PCP) identifica a União Europeia como o próprio problema para a integração na Europa, sugerindo como modelos alternativos "os que estiveram até há bem pouco tempo em curso na América Latina, que são fundados na igualdade entre Estados", considerando que a integração não deve ser "sinónimo de perda de soberania".
Marinho e Pinto classifica o Brexit como "o primeiro grande murro no narcisismo europeu e no triunfalismo de alguns europeístas que não percebem os tempos atuais". Já o deputado do Partido da Terra, José Inácio Faria entende que o Brexit veio demonstrar a força do "edifício europeu".