Num discurso divulgado nas das redes sociais, mas que chegou a estar previsto para a televisão, Dilma chamou traidores aos que defendem a impugnação e avisou que a história não vai esquecer-se deles.
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Pouco antes da votação na câmara dos deputados, Dilma Rousseff afirmou que o processo para forçá-la a sair da presidência do Brasil é a maior fraude da história do país.
Num discurso divulgado através das redes sociais, mas que chegou a estar previsto para a televisão, Dilma chamou traidores aos que defendem a impugnação. E avisou que a História não vai esquecer-se deles.
A presidente do Brasil afirma que todo este processo tem objetivos claros.
No discurso desta noite, Dilma Rousseff voltou a negar todas as suspeitas e afirma que nunca o Brasil viu uma fraude como esta.
A Presidente brasileira alertou ainda que os traidores que a querem tirar da presidência desejam revogar direitos e cortar programas sociais e na educação.
"O Brasil e a democracia não merecem tamanha farsa (...). Peço a todos os brasileiros que não se deixem enganar. Vejam quem está liderando este processo e o que propõem para o futuro do Brasil", advertiu.
A Presidente avisou que "os golpistas já disseram que se conseguirem usurpar o poder será necessário impor sacrifícios à população brasileira", acrescentando que eles querem "revogar direitos e cortar programas sociais, como o Bolsa Família".
Segundo a Presidente, o grupo ameaça ainda a educação pública, ao querer "abrir mão da soberania nacional mudando o regime de partilha" do pré-sal e entregando-o "às multinacionais estrangeiras".
Caso o 'impeachment' seja aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado, o vice-presidente, Michel Temer, assumirá temporariamente a Presidência.
"O que está em jogo na votação do 'impeachment' não é apenas o meu mandato, que pretendo defender e honrar até o último dia conforme estabelecido na Constituição. O que está em jogo é o respeito à vontade soberana do povo brasileiro, o respeito às urnas", disse.
O que está em jogo, continuou, "são as conquistas sociais e os direitos dos brasileiros".
"Desde que fui eleita, parte da oposição, inconformada, pediu a recontagem dos votos, tentou anular a eleição e passou a conspirar pelo 'impeachment'", referiu.
Na sua mensagem, Dilma Rousseff acusou os derrotados de terem mergulhado o país "num estado permanente de instabilidade politica" e de terem impedido a recuperação da economia, com o objetivo de "tomar à força o que não conquistaram nas urnas".
A chefe de Estado brasileira sublinhou que não cometeu nenhum crime de responsabilidade, acusação que está na base do pedido de destituição.
Em causa estão as chamadas "pedaladas fiscais", atos ilegais resultantes da autorização de adiantamentos de verbas de bancos para os cofres do Governo para melhorar o resultado das contas públicas.