Numa entrevista à cadeia de televisão SBT, a presidente brasileira admite que pode ter cometido erros, mas foi reeleita para o cargo e não pensa, por isso, abandonar o Palácio do Planalto.
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A entrevista de Dilma Rousseff acontece a três dias de mais um domingo de protestos no Brasil. Estão previstas manifestações em centenas de cidades brasileiras contra a corrupção e contra o Governo de Dilma.
Entretanto, milhares de mulheres manifestaram esta quarta-feira apoio à Presidente, cuja popularidade, de acordo com as sondagens, tem vindo a diminuir, agravada pelo escândalo nacional que envolve a petrolífera estatal Petrobras.
Dilma dirigiu-se à multidão, prometendo não deixar o país recuar, mesmo perante um período económico difícil. "Não vamos permitir que haja retrocessos. Vou continuar a trabalhar para honrar e cumprir os vossos sonhos e não permitir qualquer retrocesso nas conquistas sociais e democráticas de nosso país", disse Dilma Rousseff, numa cerimónia num estádio de futebol em Brasília a que assistiram cerca de 12.000 agricultoras que reivindicam melhorias para a agricultura de pequena escala.
A demonstração de apoio à Presidente brasileira surge poucos dias depois de uma recente sondagem de opinião ter indicado que Rousseff é a chefe de Estado mais impopular entre os democraticamente eleitos no Brasil desde o final da ditadura militar há mais de 30 anos.
O seu índice de aprovação ter sido apenas de 8%. Dois terços dos brasileiros dizem querer o 'impeachment' (afastamento compulsivo do cargo). Não obstante, mulheres apoiantes surgiram em força para apoiar Rousseff, a primeira mulher a governar o Brasil.
Rousseff iniciou, em janeiro, o seu segundo mandato como Presidente da nação brasileira. A sua popularidade tem sido fortemente abalada pelo escândalo de corrupção na estatal Petrobras, que envolve políticos, na sua maioria do partido governante (Partido dos Trabalhadores), e por uma cada vez mais grave crise económica
Segundo as projeções do Governo, este ano a economia vai contrair-se 1,5 %, o que a concretizar-se será o pior resultado em cinco lustros.