Perante o Senado, a presidente com mandato suspenso disse que não "cometeu os crimes" de que é "acusada, injusta e arbitrariamente".
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A Presidente do Brasil com mandato suspenso, Dilma Rousseff, já fez o discurso de defesa no julgamento do processo de destituição que decorre no plenário do Senado, a câmara alta parlamentar.
Acompanhada pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por dezenas de ex-ministros do seu Governo e por apoiantes, como o cantor Chico Buarque, Dilma Rousseff falou quase uma hora na condição de ré diante dos senadores, que serão os juízes que selarão o destino e seu mandato no processo de destituição.
Durante o discurso, Dilma disse: "Venho para olhar diretamente nos olhos de vossas excelências e dizer, com a serenidade dos que nada tem a esconder, que não cometi nenhum crime de responsabilidade, não cometi os crimes de que sou acusada, injusta e arbitrariamente".
A Presidente do Brasil com mandato suspenso disse ainda que o seu processo de destituição está marcado por "clamoroso desvio de poder".
"Este processo está marcado do início ao fim por um clamoroso desvio de poder (...) Tornou-se corrente afirmar que processo é licito porque respeita os ritos legais. A forma só não basta é necessário que haja motivo", afirmou Dilma, na intervenção em sua defesa perante o Senado.
Dilma Rousseff ressaltou que houve "desvio de poder" porque o processo foi iniciado por Eduardo Cunha, ao tempo Presidente da Câmara dos Deputados, que aceitou a denúncia contra ela depois de ver interesses pessoais contrariados.
A chefe de Estado brasileira está suspensa desde 12 de maio, mas disse em eventos realizados em São Paulo e Brasília, dias antes do início do julgamento, que decidiu depor por considerar que deve "lutar" pela democracia e contra o que vê como um "golpe" por parte dos seus opositores que não conseguiram vencer nas presidenciais de 2014.