Dilma Rousseff prometeu hoje que negociará um «grande pacto» para melhorar os serviços públicos e que ouvirá os líderes da contestação pacífica.
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A presidente do Brasil prometeu hoje que negociará com governadores e prefeitos um «grande pacto» em torno da melhoria dos serviços públicos e para elaborar um «plano nacional de transporte urbano», em resposta às manifestações.
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«Irei conversar nos próximos dias com os chefes, governadores e prefeitos para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos e a elaboração do plano nacional de transporte urbano», afirmou a líder brasileira durante uma comunicação ao país.
Na declaração, que durou cerca de 10 minutos, a presidente brasileira reconheceu a legitimidade das reivindicações feitas pelos brasileiros nas últimas semanas, mas condenou os atos de vandalismo e salientou serem atos de uma minoria.
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«É minha obrigação, como presidente, ouvir a voz das ruas e dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro do primado da lei e da ordem», ressaltou.
Dilma Rousseff recordou o seu passado de contestação ao destacar que sua geração também foi à rua para tornar o Brasil num país democrático e reforçou a importância de manter as instituições públicas e a representatividade dos partidos políticos.
«Quero contribuir para uma ampla e profunda reforma política que amplie a participação popular, mas é um equívoco achar que qualquer país pode prescindir de partidos», afirmou ao defender «mecanismos de controlo e transparência» para que o cidadão tenha acesso aos dados e às despesas do governo.
A presidente justificou ainda, brevemente, as despesas com o Mundial de 2014 - a ressaltar tratar-se de financiamentos feitos a empresas privadas que serão mais tarde pagos aos cofres do Estado - e apelou aos brasileiros para que recebam hospitalidade e carinho os estrangeiros que chegarão ao Brasil para os jogos.
«O Brasil sempre foi bem recebido em toda parte, precisamos dar aos nossos povos irmãos o mesmo acolhimento que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes», concluiu.
A Presidente brasileira estendeu, neste discurso, a mão aos manifestantes do país e manifestou-se disposta a recebe-los após mais um dia de manifestações, apesar de menos participadas.
«Vou receber os líderes das manifestações pacíficas, de sindicatos e associações populares» pois «precisamos de todos os seus contributos, reflexões e experiências», disse Dilma Rousseff.