A presidente do Brasil afirmou ao jornal britânico Financial Times que quer diminuir a desigualdade social, ao mesmo tempo que pretende reforçar a classe média no país.
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«Eu acho que seria um ganho importante, transformar o Brasil num país com uma população de classe média», afirmou Dilma Rousseff numa entrevista publicada esta quarta-feira.
Ao jornal Financial Times, a presidente brasileira comentou ainda as críticas norte-americanas sobre um alegado protecionismo aplicado pelo Brasil.
Segundo Rousseff, as medidas adotadas são de legítima defesa diante da situação internacional, conforme já tinha defendido no discurso proferido na 67.ª assembleia geral da ONU, na semana passada.
«Nós queremos um país que produza, que crie conhecimento e o aplique aqui, queremos uma mão-de-obra preparada», disse a presidente.
De acordo com a publicação inglesa, Dilma Rousseff defendeu as concessões em infraestruturas, como aeroportos e portos, à iniciativa privada, e afirmou querer parceiros de «qualquer origem».
A presidente brasileira também se referiu à queda dos juros cobrados pelos bancos no Brasil e afirmou que o país «foi o último almoço grátis» do mundo para as instituições financeiras.
«Nós estamos a voltar a um patamar com níveis normais de lucro. Isso significa que alguns de nós terão de começar a procurar lucros adequados em atividades produtivas que são boas para o país», disse ao jornal.