Arranca hoje, no Porto, o primeiro de dois dias da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, que reúne deputados de 27 países. Migrações e segurança são as principais questões em cima da mesa.
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O terrorismo, a crise migratória, os refugiados e a segurança são os temas em destaque na 11.ª Sessão Plenária da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo (APM) que, entre esta quinta e sexta-feira, na Alfândega do Porto, vai discutir e procurar apresentar soluções para aquelas que são algumas das questões prioritárias para muitos países da região.
Durante o fórum, que é constituído por 27 países da Bacia do Mediterrâneo e mais 10 observadores, vão ser apresentados e votados mais de duas dezenas de relatórios e resoluções, com propostas propostas que, além dos temas em destaque, se centram também nas áreas do ambiente e do património cultural.
"São recomendações e resoluções para que cada um, em cada um dos países, possa influenciar os seus governos a implementar as decisões que aqui venham a ser tomadas", diz, em declarações à TSF, Renato Sampaio, deputado do PS e presidente da delegação portuguesa.
Entre os trabalhos apresentados por deputados nacionais, o destaque vai para relatório sobre a "Proteção do Património Cultural", elaborado pela deputada socialista Gabriela Canavilhas; e o relatório "Desafios de Segurança relacionados com as Migrações", redigido pela social-democrata Maria das Mercês Borges.
Apesar da diversidade de temas abordados durante os dois dias, Renato Sampaio salienta, no entanto, a necessidade de que exista uma mensagem inequívoca sobre os benefícios de uma cooperação entre os países mediterrânicos
"O Mediterrâneo sempre foi um mar onde se cruzam diversas culturas e civilizações. O que queremos é que continue a ter esse papel, de polo de desenvolvimento económico, cultural e ambiental, e que deixe ser o mar da tragédia", afirma.
Questionado sobre se o encontro irá servir também para transmitir uma mensagem às várias instituições europeias, o deputado adianta que todos os presentes tentam exercer uma "magistratura de influência" e uma "diplomacia parlamentar ativa e eficaz" tendo em vista uma solução dos problemas.
Segundo a Organização Internacional das Migrações (OIM), em 2016, mais de 5 mil pessoas morreram quando tentavam atravessar o Mediterrâneo.
Pedro Roque bem encaminhado para ser novo presidente da APM
Além dos vários relatórios e resoluções, durante a sessão plenária, no Porto, as delegações escolhem o novo presidente da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo para o período 2017-2019. Pedro Roque, deputado PSD, foi o nome lançado pela delegação portuguesa e, ao que tudo indica, poderá ser o presidente nos próximos dois anos.
"Tanto quanto sei ainda não apareceu mais nenhuma candidatura, portanto, eu estou convencido que o deputado Pedro Roque será o presidente. Estou convencido de que vai ter sucesso", diz Renato Sampaio, que chama a atenção para o "esquema de rotação" entre países do sul e do norte do Mediterrâneo e para as reuniões, que são decisivas, entre os grupos geopolíticos que fazem parte da assembleia.
Esta quinta-feira, a abertura da sessão plenária é feita pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. Haverá ainda uma mensagem de vídeo enviada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Sexta-feira, além da eleição do novo presidente, a sessão termina com uma intervenção do presidente da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo, Lhou Lmaborbouh, e do primeiro-ministro, António Costa.