A região fronteiriça russa de Kursk é alvo de uma ofensiva das forças ucranianas desde agosto
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Os Estados Unidos da América (EUA) afirmaram esta quarta-feira na ONU ter informações de que cerca de oito mil soldados norte-coreanos estão na região fronteiriça russa de Kursk, preparando-se para ajudar Moscovo a lutar contra as tropas ucranianas.
"Acabámos de receber algumas informações que há, neste momento, cerca de oito mil soldados da RPDC em Kursk Oblast", disse o embaixador adjunto norte-americano nas Nações Unidas, Robert Wood, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, utilizando o acrónimo da República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte).
A região fronteiriça russa de Kursk é alvo de uma ofensiva das forças ucranianas desde agosto, onde controlam várias centenas de quilómetros quadrados de território russo.
Na mesma reunião, Robert Wood pediu mais tempo para acrescentar aos comentários anteriores que os EUA condenam a crescente cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte.
"E tenho uma pergunta muito respeitosa para o meu colega russo: a Rússia continua a afirmar que não há tropas da RPDC na Rússia? Esta é a minha única pergunta e o meu último ponto", afirmou.
O representante russo na reunião do Conselho, que a Rússia convocou para discutir a paz e a segurança internacionais, não respondeu ao comentário e a sessão foi encerrada.
Na quarta-feira, as autoridades sul-coreanas indicaram que a Coreia do Norte tinha enviado 11 mil soldados para a Rússia para serem destacados na Ucrânia, um número que deverá aumentar até ao final do ano.
A presença de soldados norte-coreanos na Rússia levou ao aumento da tensão entre as duas Coreias e a uma aproximação entre Seul e Kiev, segundo a agência espanhola Europa Press.
Na terça-feira, o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, conversou ao telefone com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, e ambos concordaram em desenvolver uma estratégia de ação e contramedidas para lidar com a situação.
O Presidente sul-coreano defendeu ser necessário que Seul e os seus aliados deem uma "resposta forte e unida".
A Coreia do Sul está a considerar a possibilidade de enviar uma equipa para monitorizar as atividades militares da Coreia do Norte no campo de batalha e avaliar as possíveis implicações de segurança de tal destacamento, segundo a agência noticiosa sul-coreana Yonhap.
Embora a possibilidade de fornecer armas à Ucrânia não esteja atualmente a ser discutida, Yoon disse na semana passada que a Coreia do Sul poderia considerar essa hipótese, dependendo do nível de cooperação militar entre Pyongyang e Moscovo.
