A China e a Índia são os países onde se encontram "os piores violadores" da liberdade religiosa, divulga a fundação Ajuda a Igreja que Sofre.
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A fundação Ajuda a Igreja que Sofre (AIS) afirmou esta quinta-feira que "quase 4,9 milhões de pessoas", ou seja 62,5% da população mundial, vive em países "onde a liberdade religiosa é fortemente restringida". Além disso, "o direito humano à liberdade de pensamento, de consciência e de religião é violado em cerca de um terço dos países do mundo".
De acordo com o relatório "Liberdade Religiosa no Mundo 2023", divulgado pela organização católica, a situação piorou em 47 dos 196 países em estudo, sendo na China e a Índia onde se encontram "os piores violadores" da liberdade religiosa.
Estas violações ilustram-se de várias formas, incluindo a destruição de património e símbolos religiosos, a proliferação de leis anti-conversão, ou a vigilância em massa.
O relatório diz ainda que houve atos graves de perseguição religiosa em 28 países, a maior parte (13) em África, onde os números "são alarmantes".
"Em muitos casos, a violência é motivada por um casamento tóxico entre jihadistas islâmicos, criminalidade organizada e bandidos locais", pode ler-se no documento.
Um dos principais "teatros de atividade jihadista" está concentrado em Moçambique, único país lusófono assinalado no mapa em estudo.
A fundação AIS denuncia também "uma reação cada vez mais silenciosa da comunidade internacional às atrocidades cometidas por regimes autocráticos estrategicamente importantes", referindo-se à Índia e à China, mas também em países como a Nigéria e o Paquistão.
O relatório da fundação AIS vai ser apresentado esta quinta-feira, na Assembleia da República, às 19h00. Desde 1999 que são divulgadas edições anuais deste relatório, que faz a análise da liberdade religiosa em 196 países e territórios.