Dirigente da oposição na Bielorrússia detida na fronteira quando tentava sair do país
Depois da oposição na Bielorrússia ter dito que Maria Kolesnikova tinha sido "sequestrada", as autoridades da fronteira garantem que foi detida.
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A opositora bielorrussa Maria Kolesnikova foi detida esta segunda-feira na fronteira, quando tentava chegar à Ucrânia.
Em declarações à AFP, o porta-voz do Comité da Fronteira Estatal da Bielorrússia, Anton Bychkovsky, afirma que Kolesnikova tentou atravessar a fronteira a meio da noite com outros dois membros da oposição - Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov.
Os dois conseguiram sair do país e a embaixada ucraniana em Minsk confirma que já estão na Ucrânia.
Já Maria Kolesnikova vai permanecer ob custódia enquanto "uma investigação é levada a cabo para avaliar a situação", disse o representante do Comité da Fronteira Estatal.
Na segunda-feira, a dirigente da oposição foi dado como desaparecida depois de testemunhas terem relatado que esta teria sido levada por desconhecidos numa carrinha.
Maria Kolesnikova foi "sequestrada" por desconhecidos que a forçaram a entrar num veículo, anunciou, então, o "conselho de coordenação" da oposição. Desde aí não responde às chamadas telefónicas, à semelhança de dois membros da sua equipa.
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Kolesnikova, música de profissão, é a única das três mulheres que enfrentaram o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, na campanha para as presidenciais que continua em Minsk, já que a líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, e Veronika Tsepkalo partiram para o exílio depois das eleições de 9 de agosto.
Numa entrevista à agência de notícias espanhola Efe, disse que não tinha medo de ser presa. "Conheço muito bem os últimos 26 anos da história da Bielorrússia. Foi uma escolha e um risco que assumi com todas as consequências. Mas o futuro da Bielorrússia merece que se lute e que sacrifiquem algumas comodidades. Não me arrependo", disse na ocasião.
A Bielorrússia tem sido palco de manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial com 80% dos votos, eleições consideradas fraudulentas pela oposição.