Dirigente da oposição na Bielorrússia detida na fronteira quando tentava sair do país

Maria Kolesnikova
Sergei Gapon/AFP
Depois da oposição na Bielorrússia ter dito que Maria Kolesnikova tinha sido "sequestrada", as autoridades da fronteira garantem que foi detida.
A opositora bielorrussa Maria Kolesnikova foi detida esta segunda-feira na fronteira, quando tentava chegar à Ucrânia.
Em declarações à AFP, o porta-voz do Comité da Fronteira Estatal da Bielorrússia, Anton Bychkovsky, afirma que Kolesnikova tentou atravessar a fronteira a meio da noite com outros dois membros da oposição - Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov.
Os dois conseguiram sair do país e a embaixada ucraniana em Minsk confirma que já estão na Ucrânia.
Já Maria Kolesnikova vai permanecer ob custódia enquanto "uma investigação é levada a cabo para avaliar a situação", disse o representante do Comité da Fronteira Estatal.
Na segunda-feira, a dirigente da oposição foi dado como desaparecida depois de testemunhas terem relatado que esta teria sido levada por desconhecidos numa carrinha.
Maria Kolesnikova foi "sequestrada" por desconhecidos que a forçaram a entrar num veículo, anunciou, então, o "conselho de coordenação" da oposição. Desde aí não responde às chamadas telefónicas, à semelhança de dois membros da sua equipa.
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Kolesnikova, música de profissão, é a única das três mulheres que enfrentaram o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, na campanha para as presidenciais que continua em Minsk, já que a líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaya, e Veronika Tsepkalo partiram para o exílio depois das eleições de 9 de agosto.
Numa entrevista à agência de notícias espanhola Efe, disse que não tinha medo de ser presa. "Conheço muito bem os últimos 26 anos da história da Bielorrússia. Foi uma escolha e um risco que assumi com todas as consequências. Mas o futuro da Bielorrússia merece que se lute e que sacrifiquem algumas comodidades. Não me arrependo", disse na ocasião.
A Bielorrússia tem sido palco de manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato presidencial com 80% dos votos, eleições consideradas fraudulentas pela oposição.