Enquanto a Presidente do Brasil pedia compreensão pelo ajuste fiscal delineado para resgatar a economia, os brasileiros assobiavam Dilma Rousseff. Protestos sonoros ouviram-se em pelo menos doze cidades.
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A chefe de Estado aproveitou a alocução na rádio e na televisão a propósito do Dia Internacional da Mulher para transmitir informações sobre a situação do país, que, segundo alegou, não têm sido difundidas de forma adequada pelos meios de comunicação social.
Dilma Rousseff admitiu que o Brasil atravessa sérias dificuldades, mas atribuiu-as à crise económica mundial e à grave seca que afeta várias zonas do país, a pior dos últimos 30 anos, à qual imputou o aumento dos preços de alimentos e das tarifas da eletricidade.
«Vocês têm todo o direito de se irritarem e de se preocuparem, mas peço-vos paciência e compreensão porque esta situação é passageira», disse, referindo-se às medidas de ajuste social que o Governo anunciou, como a restrição de alguns direitos laborais, cortes nos gastos públicos e a eliminação de reduções de impostos concedidas às empresas.
Os brasileiros responderam de imediato. O jornal Folha de S. Paulo conta que em pelo menos 12 cidades, o discurso de Dilma foi vaiado.
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Buzinões nas estradas, panelas a bater nas janelas dos prédios, luzes a piscar em apartamentos. As manifestações de desagrado com as palavras da Presidente do Brasil foram variadas. Também se ouviram gritos. «Fora Dilma!» e «Fora PT!» foram alguns dos mais escutados. O jornal conta que as pessoas «gritavam das janelas dos prédios e dentro dos carros» durante vários minutos.
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São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia, Belém, Recife, Maceió e Fortaleza foram as cidades onde se registaram as vaias.