Para combater a evasão fiscal, Barack Obama avançou com legislação para acabar com o uso de sociedades offshore nos EUA. Sobre Trump, afirmou que a presidência dos EUA não é um 'reality show'.
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Obama insta o Congresso a aprovar rapidamente as suas propostas, como parte de um esforço global que ganhou força com a divulgação dos designados Documentos do Panamá e que expuseram o uso generalizado de empresas fantasmas para esconder património e ativos.
"Nos últimos meses, vimos quão grande o problema da corrupção e da evasão fiscal se tornou em todo o mundo", disse o Presidente dos EUA aos jornalistas. "Vimos isto com a divulgação dos Documentos do Panamá", adiantou.
"E vimos também o grau em que tanto as práticas legais de evitar pagar impostos, que são injustas e más para a economia, como as ilegais que em alguns casos envolvem atividades criminosas, continuam a existir e a espalhar-se", insistiu.
Na quinta-feira, a Presidência e o Departamento do Tesouro anunciaram novas regras para a indústria financeira, bem como propostas legislativas que visam impedir o uso de empresas fantasmas dentro dos EUA que escondem as identidades dos proprietários beneficiários dos ativos.
"Uma das principais maneiras de as empresas ou os indivíduos ricos evitarem pagar impostos é através da montagem de uma série de empresas fantasmas e dificultar a deteção do fluxo do dinheiro e do cálculo do impostos devido", detalhou.
"Dissemos às instituições financeiras que têm de ter esta informação", afirmou Obama. Ao mesmo tempo, acrescentou, o congresso tem de mudar a lei e forçar a identificação de todos os verdadeiros proprietários das empresas.
Trump: o único candidato ainda de pé nas primárias republicanas
Obama fez um aviso a propósito do único e provável candidato do Partido Republicano às eleições presidenciais Donald Trump, afirmando que a Presidência dos Estados Unidos não é um programa de televisão.
O Presidente dos EUA também afirmou que o percurso de Trump precisa de ser minuciosamente examinado.
"Ele tem um longo percurso que precisa de ser examinado e penso que é importante para nós analisarmos seriamente as declarações que [Trump] fez no passado", disse o chefe de Estado norte-americano, que pertence ao Partido Democrata.
"Estamos em tempos críticos e este é um trabalho muito importante. Não é entretenimento. Não é um 'reality show'", reforçou Obama.