Michel Temer completa esta sexta-feira oficialmente dois anos no cargo. E em dois anos, trocou 55 vezes de ministros, sofreu duas denúncias de corrupção e tornou-se o mais impopular presidente da história do Brasil.
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De acordo com uma sondagem divulgada em junho pelo jornal Folha de São Paulo, 82% dos brasileiros considera a ação do vice-presidente de Dilma Rousseff má ou péssima, 14% vêem-no como regular, e uns meros 3% avaliam-no como bom ou ótimo.
Os terríveis resultados no coração do povo de Michel Temer devem-se, para começar, ao facto de não ter sido eleito para o cargo. E depois, em larga margem, aos sucessivos casos de corrupção que abalaram as estruturas do seu governo. Ele começou com 24 ministros, dos quais 15 estavam desde logo implicados no processo Lava-Jato. Nos primeiros seis meses, teve mesmo de demitir seis membros do executivo por pressão da justiça.
Ele próprio acabaria alvo de duas denúncias do ministério público. A primeira por corrupção passiva, depois de ter recebido clandestinamente o empresário corrupto Joesley Batista na sua residência oficial e de ter, segundo a acusação, acordado pagamentos a um aliado preso em troca do seu silêncio.
E a segunda por organização criminosa e obstrução à justiça. Em causa a suspeita de liderar aquilo a que o ministério público chamou de quadrilha do MDB, o seu partido, que terá desviado mais de 120 milhões de euros da petrolífera estatal Petrobrás.
Blindado pelos deputados, na sua maioria seus aliados e também com o caso Lava-Jato à perna, o presidente Temer escapou das denúncias. Mas o cidadão Temer terá de enfrentar esses dois processos e dois outros que estão em andamento, quando, a partir das eleições de outubro, se tornar o 37º ex-presidente do Brasil.
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